sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Dilma se prepara para reduzir o custo da energia elétrica

BRASÍLIA A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que o governo pretende lançar na semana que vem um programa para reduzir o custo da energia elétrica no país. Segundo ela, após colocar o país no caminho da redução das taxas de juros e da queda na relação dívida líquida e PIB, a prioridade do governo é aumentar os investimentos em infraestrutura para garantir competitividade e desenvolvimento, além de reduzir os custos de produção. 

- Nós iremos também fazer um conjunto de medidas para garantir a redução dos custos de energia elétrica com base em duas coisas. Primeiro, na reversão das concessões, depois de vencido o prazo. Algumas foram de 30 anos, e depois foram mais 30. Tem umas velhas senhoras de 60 anos, algumas hidrelétricas. E também por meio da redução dos encargos. Ainda está no finalzinho isso. Nós pretendemos fazer o lançamento na semana que vem - afirmou a presidente. 

Estiagem não deve afetar os preços 
Técnicos do governo informaram que a estiagem não deve provocar variação de preços de energia no país, nem impedir uma redução das tarifas. 

- Na verdade, tem uma implicação muito pequena no sistema como um todo. A produção de energia brasileira é hidrotérmica, ou seja, considera também as energias térmicas, não apenas os reservatórios das hidrelétricas. O custo delas já está embutido na conta - disse um técnico. 

- Não altera em nada o plano do governo de reduzir as tarifas - afirmou outro. 

Segundo a presidente, as providências que estão sendo tomadas pelo governo são úteis e necessárias para melhorar a situação conjuntural. Dilma ressaltou que, além de aumentar o nível de investimento, o governo busca "um sentido de longo prazo", que é reduzir o custo do país. 

- Essa redução de custo é a única forma pela qual nós poderemos enfrentar as décadas que virão. Nós temos de ter maior eficiência e maior produtividade. Isso diz respeito à logística, diz respeito à energia, vai dizer respeito também à forma pela qual nós vamos tributar - afirmou. 

Dilma disse que o governo está focado na desobstrução dos gargalos logísticos, energéticos e de custo que dificultam o desenvolvimento e que, portanto, a meta é ampliar os investimentos em logística, especialmente ferrovias, portos e aeroportos, e energia. Para ela, o governo e a iniciativa privada têm de trabalhar juntos para "dotar o Brasil de uma infraestrutura capaz de reduzir os custos de produção e tornar o país mais competitivo". 

- Isso significa mais lucro, melhores empregos - afirmou, defendendo a criação da Empresa de Planejamento Logístico, anunciada há 15 dias. 

A presidente disse que até a metade de setembro o governo anunciará o modelo de concessão de portos e aeroportos. E afirmou que, em alguns casos, o governo terá de subsidiar o funcionamento desses aeroportos. Já os portos, segundo Dilma, são mais estratégicos. A presidente disse ainda que o governo vai "resgatar as ferrovias". 

Em quase 45 minutos de discurso, Dilma reafirmou o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal. E disse que, graças a esse compromisso, as taxas de juros no país estão caindo. (O Globo)

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