quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Bancos estaduais ajudaram a fechar socorro a elétricas

Para fechar a segunda rodada de empréstimo ao setor elétrico, o governo federal contou com dois bancos estaduais, o BRB (Banco de Brasília) e o Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul). A presença das duas instituições, ambas administradas por governos petistas, mais a do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), é a novidade dessa segunda perna do financiamento, formalizada na terça-feira (12).

Segundo o Ministério da Fazenda, os outros dez bancos que já estavam no consórcio permanecem na segunda rodada. No total, 13 instituições participam dessa etapa, que colocará R$ 6,58 bilhões à disposição das distribuidoras de energia elétrica.

MENOS BNDES - O BNDES terá participação de R$ 2,7 bilhões, menos do que os R$ 3 bilhões anunciados antes pelo governo.

Os R$ 3,9 bilhões restantes serão distribuídos de forma proporcional à da primeira rodada, disse o ministério.

A Caixa e o BB ficarão responsáveis por fatia de R$ 1,7 bilhão, aproximadamente.

Com isso, mais de 70% desse segundo financiamento será arcado por bancos públicos, federais e estaduais.

Na primeira rodada, os dez bancos liberaram R$ 11,2 bilhões às distribuidoras de energia, que precisam do dinheiro para fechar o caixa desfalcado pela estiagem.

Com a falta de chuva, os reservatórios das hidrelétricas foram a nível muito baixo, forçando empresas a comprar mais energia de termelétricas no mercado de curto prazo, cujos preços são mais altos.

IMPACTO NA TARIFA - Se esse custo extra fosse financiado com aumento de tarifas, isso faria disparar a inflação. Para jogar os aumentos para os próximos anos, o governo decidiu usar recursos do Tesouro para bancar a conta, um total de R$ 4 bilhões, mais o primeiro empréstimo. Como a conta ficou mais cara, e o governo estava sem espaço no seu caixa, optou-se por outro empréstimo.

As duas etapas vão totalizar R$ 17,78 bilhões. Não estão previstas novas operações de crédito para o setor elétrico, disse o Ministério da Fazenda, em nota.

As instituições que participam dessa segunda rodada são: BNDES, BB, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual, Citibank, JPMorgan, Credit Suisse, Bank of America, BRB e Banrisul.

A segunda operação terá taxas de juros maiores que a primeira, de 2,35% ao ano de juros mais taxa do CDI (hoje, 10,8% ao ano). O custo será repassado ao consumidor como encargo na conta de luz. A primeira teve uma taxa de CDI mais 1,9% ao ano.

O dinheiro da segunda rodada estará disponível a partir de 19 de agosto. O empréstimo tem carência até outubro de 2015. As distribuidoras terão de pagar de novembro de 2015 a novembro de 2017. Somando os dois empréstimos, a participação dos bancos públicos federais alcança 52,58%, informou a Fazenda. (Folha de S. Paulo)
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