quinta-feira, 4 de abril de 2013

Cemig negocia a aquisição de novas usinas

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está negociando novas aquisições de usinas para serem feitas ainda em 2013. A empresa não revela quais são os ativos nem os valores, mas adiantou que o objetivo é substituir a capacidade de geração que pode ser perdida com a decisão da companhia de não renovar as concessões das três maiores usinas da empresa - São Simão, Miranda e Jaguara. 

As três usinas e outras 18 foram incluídas na Medida Provisória 579, que determinou renovação antecipada de concessões de ativos cujos contratos vencem até 2017. A Cemig se recusou a aderir aos termos propostos pelo governo e, caso não sejam renovados os contratos das hidrelétricas São Simão, Miranda e Jaguara, a empresa poderá perder até 60% da capacidade instalada total de geração, atualmente de 6,9 mil megawatts. Essas três usinas representam 36,7% do potencial de geração da companhia. 

Renovação. Segundo o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla, a Cemig já fez o pedido de renovação da usina de Jaguara nos mesmos termos do contrato vigente. O entendimento é que, por serem as primeiras concessões, os contratos preveem que sejam renovados sem alterações. O governo federal tem até maio para dar uma resposta. 

"Já fizemos a solicitação dessa prorrogação (Jaguara), mas estamos adotando medidas para substituir essa capacidade de geração", afirmou Rolla, segundo o qual os investimentos vão ser mantidos mesmo que a companhia consiga a renovação. "Se não tiver (renovação), será para substituir. Se tiver, será para aumentar a capacidade." 

O executivo deu como exemplo dos investimentos a aquisição da participação da Suzano Papel e Celulose no Consórcio Capim Branco Energia, negócio concluído no mês passado. A estatal mineira assinou contrato para comprar, por R$ 97 milhões, 30,3% da participação da Suzano no negócio, elevando de 21,05% Para 26,47% sua participação no consórcio, que também tem a participação da Vale e da Votorantim Metais Zinco. 

"Estamos em negociação para aquisição de outros ativos e contratos. São propostas muito atrativas, que vão agregar à empresa", afirmou Rolla, sem revelar, no entanto, quais são essas negociações. Ele adiantou apenas que a maior parte dos ativos e contratos são nas áreas de geração e transmissão de energia, que "são setores naturais" de atuação da Cemig. 

Captação. Luiz Fernando Rolla informou também que a empresa deve captar recursos no mercado para fazer as aquisições, apesar dos pouco mais de R$ 4 bilhões que a companhia tem em caixa. O grupo Cemig tinha uma dívida consolidada com vencimento em 2013 de R$ 5,9 bilhões, mas, de acordo com o executivo quase 60% desse total já foram rolados. 

Empresa aguarda processo de revisão tarifária 
0 diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla, disse que a estatal aguarda para sexta-feira o anúncio das condições finais da revisão tarifária de sua distribuidora. Recentemente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reduziu a base de remuneração líquida da Cemig Distribuição em R$ 1,6 bilhão em relação à sua proposta original, para R$ 5,11 bilhões. A medida surpreendeu o mercado. A base de remuneração é um dos principais elementos no cálculo das tarifas das distribuidoras. Ou seja, quanto menor a base de ativos da concessionária, menor a sua tarifa. Segundo Rolla, a estatal manteve conversas com a Aneel para tentar melhorar o resultado da revisão tarifária. (O Estado de S. Paulo)
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