quinta-feira, 4 de abril de 2013

Aquisição é saída para repor usinas devolvidas na Cemig

A Cemig está negociando a aquisição de usinas de geração de energia elétrica para compensar a perda das concessões de pelo menos 18 hidrelétricas, que ocorrerá nos próximos anos. A afirmação foi feita na tarde de ontem pelo diretor financeiro da companhia de energia de Minas Gerais, Luiz Fernando Rolla. "Aquisições de novos ativos de geração estão em negociação. Tem algumas oportunidades que são bastante atrativas", disse durante encontro com jornalistas para comentar os resultados de 2012. 

Rolla não deu detalhes sobre os ativos em vista. Nem disse, por exemplo, quanto a empresa reserva para essas operações. Mas insistiu que a Cemig trabalha para compensar a redução de sua capacidade de geração. "Estamos buscando mais geração por causa das 18 usinas que precisamos substituir", disse. 

No fim do ano passado, a estatal mineira de energia não aderiu ao plano de antecipação de concessões proposto pelo governo federal. As empresas que aceitassem as novas regras de remuneração menor, decorrente da queda das tarifas para os consumidores, teriam a renovação antecipada de seus contratos de concessão dos ativos. 

A Cemig disse que as novas condições não eram sustentáveis para seu negócio e portanto abriu mão de ver renovados 21 contratos. Três deles se referem às usinas de São Simão, Jaguara, Miranda - que a empresa insiste que tem o direito de renovação, com base no contrato vigente. A direção da Cemig vem dizendo que recorrerá à Justiça caso o governo realmente não dê razão à companhia e não renove as concessões dessas três. 

Rolla disse ainda que metade do lucro de R$ 4,27 bilhões obtido pela empresa em 2012 veio da liquidação antecipada da dívida da Conta de Resultado a Compensar (CRC) pelo governo do Estado. O lucro de 2012 foi 76,9% superior ao do ano anterior e deveu-se, principalmente, a essa receita extraordinária advinda do pagamento antecipado da dívida do Estado, disse Rolla ao comentar os resultados da companhia. O lucro líquido sem o impacto do CRC seria de R$ 2,696 bilhões, alta de 21% em relação a 2011, "o que é um resultado muito bom", disse. (Valor Econômico)

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