quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Seca fará consumidor pagar mais na conta de luz

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou ontem que, devido à seca acentuada no Nordeste, foram acionados 2.500 megawatts de energia gerados por usinas térmicas a gás. O objetivo é garantir que os reservatórios das usinas hidrelétricas cheguem a novembro com os níveis mínimos de segurança, 33% de capacidade para região Nordeste e 41% para a Sudeste. “Queremos evitar que o armazenamento caia muito”, afirmou ele, depois de participar do seminário Inserções de Novas Fontes Renováveis e Redes Inteligentes no Planeja-mento Energético Nacional, realizado pela Coordenação de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). 
Segundo Chipp, a energia elétrica complementar gerada pelas térmicas é mais onerosa do que a produzida por hidrelétricas e este custo adicional será re-passado para a conta de luz do consumidor. “Hoje está regulado que qualquer geração térmica complementar, seja por restrição elétrica ou por razão energética, é paga como encargo de serviço do sistema e isso vai para conta do consumidor”, afirmou. Até o final de agosto, foram pagos cerca de R$ 85 milhões em encargos com a entrada das térmicas. 

Chipp descartou, entretanto, a possibilidade de falta de energia na região e lembrou ainda que nesta época do ano é comum acionar térmicas para fornecimento ao Nordeste. “O fornecimento de energia para a região está garantido. Mas, quando a transição do seco para o úmido demora mais do que o esperado, como está ocorrendo este ano, temos que gerar mais energia com as térmicas. 
 
A hidrologia no ano passado foi muito boa e precisamos de pouca térmica complementar, mas agora, com o El Niño, esta situação se alterou”, explicou. De acordo com ele, o volume despachado este ano deve superar o de 2011, porém, não informou em que proporção. Outro tema debatido durante o seminário foi a construção de usinas hidrelétricas sem reservatórios, por questões ambientais. (Brasil Econômico)
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