O Ministério de Minas e Energia determinou a realização de uma "operação pente fino" no sistema elétrico brasileiro para detectar eventuais falhas e evitar a alta frequência de problemas que levaram a diversos apagões em várias regiões do país. A afirmação partiu do presidente da Eletrobras, José da Costa de Carvalho Neto.
Ele participou ontem do seminário Energia para o Rio de Janeiro - Disponibilidade e Preços da Energia, promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Segundo Costa, os recentes apagões foram "episódicos", ou seja, casos isolados. Ele disse que a estrutura no sistema é "sólida e robusta", e negou que os apagões tenham sido causados por falta de investimento ou sabotagem.
A operação deve começar na primeira semana de novembro e durará até meados de fevereiro, com a verificação de oito subestações por semana. Ainda segundo o executivo, o empreendimento não deve gerar mais custos para o consumidor, e contará com apoio de técnicos de universidades.
Já o superintendente de Regulação Econômica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Davi Antunes Lima, que participou do mesmo seminário, disse que a agência pretende monitorar as concessionárias a partir de indicadores econômicos no próximo ano. "Temos que aperfeiçoar nossos mecanismos de fiscalização, tentar atuar preventivamente em vez de esperar que, por exemplo, uma rede transmissora, uma distribuidora se deteriore e comece a dar problemas", afirmou. "Precisamos tentar monitorar se a empresa efetivamente está fazendo o investimento e recompondo equipamentos conforme o necessário."
O superintendente negou que a proposta tenha relação com a série de apagões que tem afetado o fornecimento de energia em várias regiões do Brasil nas últimas semanas. "Isto está na agenda regulatória da Aneel. A cada ano a agência faz uma agenda definindo quais os equipamentos de regulação. E nesse caso específico tem o monitoramento do setor. A agência vai passar a monitorar as empresas, não só do ponto de vista da qualidade dos serviços prestados, mas também de indicadores econômicos e indicadores de desempenho empresarial, para saber se a concessão está indo num bom caminho ou não", completou. (Valor Econômico)
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