sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Reajuste da energia elétrica deve ficar entre 20% e 25%, diz Braga

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que o reajuste da tarifa de energia elétrica deverá ficar entre 20% e 25%, “ou algo próximo disso”. O ministro fez a declaração durante entrevista à jornalista Míriam Leitão, na quinta-feira (15), na GloboNews.

Braga voltou a dizer que os rumores sobre um reajuste de 40% não têm fundamento.

“Não podemos afirmar de quanto será exatamente o reajuste de energia elétrica, mas deve ficar entre 20 e 25%, ou algo próximo disso”, disse ele.

Braga disse que a tarifa será decidida em reunião da Agência Naciona de Energia Elétrica (Aneel) no próximo dia 20.

O ministro afirmou que 2014 foi “o ano em que aconteceu tudo”, em alusão ao baixo nível das chuvas e aos custos altos de manter as termelétricas ligadas durante o ano todo.

Braga também negou que haverá racionamento de energia. “Analisamos todos os cenários para ver que situação temos. Entramos em 2015 com menos água do que em 2014, mas no Sul e no Norte temos ritmo hidrológico melhor que em 2014 no início do ano”, justificou.

O ministro afirmou que a adoção das bandeiras tarifárias vai ajudar o consumidor a ser mais “racional” sobre como usar a energia elétrica, o que, na visão de Braga, vai ajudar a reduzir o uso das termelétricas.

O ministro também acredita que a energia eólica e a de biomassa também terão destaque em 2015. “Temos o equivalente a uma usina de Belo Monte em energia eólica e outra Belo Monte em biomassa no Brasil. E elas estarão a pleno vapor quando entrar o período da estiagem. Tudo isso significa que não teremos racionamento”, afirmou ele.

Braga disse também que o plano de modernização da rede básica vai entrar em vigor. As redes básicas são aquelas que distribuem a energia dentro das cidades. “Vamos modernizar as redes para avançar na eficiência energética, automatizando-as. Hoje as árvores derrubam a energia e ela tem de voltar na mão. Desde a década de 70 não se mexe nisso. Agora, com as renovações das concessões, isso vai entrar na pauta”, concluiu.

Sobre os preços de gasolina e diesel, Braga não admitiu que os valores possam baixar em função da queda forte nos preços do petróleo no mercado internacional nas últimas semanas.

“Há pouco tempo, estávamos na situação inversa, com a gasolina mais barata aqui dentro do Brasil em relação ao exterior. E também não há garantia de que a cotação do petróleo vá ficar baixa durante muito tempo, porque essa queda atual é conjuntural, e não estrutural”, disse ele. (Valor Econômico)
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