terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Falha no fornecimento faz ações do setor elétrico caírem até 7,3%

O corte repentino no fornecimento de energia em vários estados do Brasil provocou ontem uma baixa generalizada nas ações das companhias do setor elétrico, aprofundando a queda da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A notícia pegou de surpresa os investidores, aumentando a aversão a risco e fazendo renascer o temor de vulnerabilidade a um novo apagão. O índice de referência Ibovespa recuou 2,57%, aos 47.758 pontos.

A queda de energia fez com que os investidores corressem para a moeda americana, considerada um porto seguro. O dólar comercial, que passou o dia em alta tímida, encerrou avançando 1,29%, cotado a R$ 2,656.

Light tem queda de 6,59% - Todas as ações do setor elétrico caíram com força a partir das 16h, quando ocorreu o corte na energia. A Eletropaulo recuou 5,96%, enquanto a Light teve baixa de 6,59%. A Eletrobras desvalorizou-se em 4,26%, e a CPFL caiu 7,3%.

- O mercado inteiro sentiu imediatamente a queda na energia. Em um dia com pouca liquidez, um movimento como esse nas ações das elétricas acaba tendo proporções maiores. Isso aumentou a aversão a risco, impactando todos os papéis, inclusive de Petrobras e bancos, e fazendo o dólar subir com mais força - afirmou Raphael Figueredo, analista da Clear.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou ontem à tarde que as distribuidoras reduzissem o fornecimento, o que provocou falta de luz em 11 estados e no Distrito Federal. O objetivo era reduzir a pressão sobre a demanda de energia elétrica, puxada pelas elevadas temperaturas registradas neste verão. A ideia é preservar a energia em locais com maior impacto social, como hospitais, escolas e transporte público.

- O evento fez com que os agentes do mercados passassem a temer com mais seriedade um segundo apagão no país. Além das elétricas, empresas do setor de siderurgia também tiveram uma queda forte, por exemplo, já que são intensivas em consumo de energia. O problema atinge todos os setores da Bolsa - disse Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença. - Por sorte, foi feriado em Wall Street. Se os estrangeiros estivessem na Bovespa, a queda seria provavelmente muito maior. (O Globo)
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