quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Setor elétrico terá investimentos de R$ 192 bilhões em quatro anos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social estima que o setor elétrico será alvo de investimentos que somam R$ 192,2 bilhões de 2015 a 2018. A instituição de fomento federal leva em conta para esse cálculo os leilões de energia já realizados e as indicações do planejamento da Empresa de Pesquisa Energética no horizonte decenal para a geração e transmissão.

Nesse sentido, explicou o banco, a geração é que se destaca com um montante que pode chegar a R$ 118,8 bilhões. Sendo que desse valor, 56,3 bilhões aplicados em UHEs onde mais da metade desse volume já está contratado. A fonte eólica aparece com a expectativa de aportes de R$ 35,5 bilhões. A solar, apesar de apenas um leilão ter sido realizado até o momento, pode receber aportes de R$ 6,6 bilhões. Apesar dessas perspectivas, o banco aponta que há alguns desafios a serem enfrentados diante da atual conjuntura para a execução desses investimentos.

O primeiro ponto é a escassez de recursos hídricos que está consumindo uma importante parte do caixa das empresas para custear a geração de energia térmica ao preço do mercado de curto prazo. Além disso, cita a Eletrobras como um player importante que está em fase de recuperação de margens e rentabilidade depois da renovação das concessões, e ainda, no setor de transmissão há o problema de atrasos em decorrência do processo de licenciamento ambiental.

O segmento de distribuição, apontou o BNDES, passa por um momento delicado por conta da exposição involuntária, mas que os investimentos são periódicos e condicionados à necessidade de manutenção e reforço de rede.

A matriz elétrica nacional, destacou a instituição federal, ainda é predominantemente hidrelétrica, até porque ainda há 23,3 GW em capacidade instalada em construção. Mas já é possível notar uma alteração com maior nível de participação de outras fontes renováveis, com destaque para a energia eólica. Mais à frente há a solar com a perspectiva de contratação de 3,5 GW no plano decenal.

Em termos de evolução tecnológica, o BNDES destacou as dificuldades da indústria local que viu o aumento das importações de máquinas e equipamentos. Fato que ocorreu tanto em áreas em que o país é mais maduro como a hidroeletricidade quanto em eólica e solar. Por isso, o banco destacou suas políticas de conteúdo nacional, que tem o intuito de estabelecer uma cadeia interna de fornecedores. Cita o sucesso que teve com a eólica e as perspectivas positivas para a fonte solar.

No segmento de transmissão por meio de ultra alta tensão de 800kV ou mais é o destaque, tomando como exemplo o primeiro bipolo de Belo Monte. Já em distribuição, a tendência tecnológica é a de redes inteligentes.

Esses dados fazem parte da publicação Perspectivas do Investimento 2015 – 2018 e Panoramas Setoriais, lançado pelo BNDES nesta quarta-feira, 3 de dezembro, e que abrange entre outros setores, o elétrico. A publicação do BNDES estima que no total a economia brasileira deverá receber aportes que somam R$ 4,1 trilhões no período de quatro anos nos setores de Indústria, Infraestrutura, residências, agricultura e serviços. Esse montante representa um crescimento de 17,1% ante os investimentos realizados entre 2010 e 2013. (Canal Energia)
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