terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Abradee sugere empréstimo do BNDES para distribuidoras quitarem liquidações do MCP

Um empréstimo do BNDES destinado a abastecer a Conta ACR é a alternativa considerada pelas distribuidoras para a cobertura dos custos adicionais com a compra de energia nos meses de novembro e dezembro de 2014. A estimativa do presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia, Nelson Leite, é de que as despesas sem cobertura tarifária nos dois ultimos meses do ano passado devem ficar em torno de R$ 2,5 bilhões.

Desse total, R$ 1,6 bilhão referentes às operações de novembro no mercado de curto prazo serão liquidados no próximo dia 13. Como a contabilização de dezembro ainda não foi fechada, a estimativa é de que a conta a ser liquidada em fevereiro ficará menor - em cerca de R$ 900 milhões -, em razão da redução do Preço de Liquidação das Diferenças no mês passado.

Leite lembrou que já existe um arcabouço legal que permite a realização de novas operações no formato adotado em 2014, quando houve a captação de R$ 17,8 bilhões no mercado financeiro para cobrir a exposição involuntária das empresas no curto prazo de fevereiro a outubro passado, além dos custos da geração termelétrica. A Abradee solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica o adiamento da liquidacão do dia 13, até que se encontre uma solução para o problema. Embora a Aneel tenha competência para postergar a liquidação, uma solução depende de negociações entre os ministérios da Fazenda e de Minas e Energia.

“Estamos com uma expectativa muito grande com a posse do [Joaquim] Levy”, afirmou Leite, ao chegar para a cerimônia de transmissão de cargo do novo ministro da Fazenda nesta segunda-feira, 5 de janeiro. O executivo lembrou que a urgência maior é resolver essa questão, já que alguns mecanismos devem reduzir a pressão sobre o caixa das empresas neste ano.

Além do PLD mais baixo ao longo do ano,com o teto de R$ 388,04/MWh; outro instrumento de alívio é o leilão de ajuste marcado para o próximo dia 15, que vai permitir a contratação de até 5% da demanda das distribuidoras no mercado regulado. Há ainda o mecanismo de bandeiras tarifárias, que vai sinalizar mês a mês para o consumidor qual será o custo da energia, o que pode provocar ou a redução do consumo ou o aumento da arrecadação das distribuidoras de acordo com o comportamento da demanda. (Canal Energia)
Leia também:
Levy descarta socorro a empresas e defende realinhamento de tarifas
Novo ministro de Minas e Energia defende fim de subsídios aleatórios para setor elétrico