sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Decisão de racionamento só pode ser indicada após o fim do período úmido, diz Chipp

O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Hermes Chipp, criticou as previsões de racionamento que são divulgadas com base em análises probabilísticas. Segundo o executivo, informações como essa somente trazem pânico à população diante de um cenário em que é necessário ter cautela. Uma decisão sobre a adoção de medidas de restrição de consumo só podem ser tomadas, no mínimo, ao final de fevereiro, quando há o término do período de maior afluência no país.


Contudo, as indicações dos institutos de previsão meteorológicas com os quais o ONS trabalha apontam para o um cenário positivo. Pelo menos para o horizonte que compreende o período úmido. Chipp disse que o órgão tem a indicação de que a estação chuvosa está em curso. A previsão é de que as vazões fiquem dentro ou quase na média nesse ano. Assim como no médio prazo também.

“Tendo em conta que o risco de se antecipar [adotar racionamento] e depois se arrepender, esse não tem preço, temos que ser cautelosos e só ir para o pior se verificarmos que não vai dar para chegar ao final do período seco e atender a carga”, afirmou o executivo após participar do Forum Abastecimento 2015 – Cenários e Projeções, realizado em São Paulo, nesta quinta-feira, 4 de dezembro, pelo Grupo CanalEnergia.

Segundo Chipp, esse foi o cenário visto em 2001. Mas, não é o que se indica neste ano com o volume de térmicas que o país dispõe e com as previsões meteorológicas que se tem. Se o comportamento climático previsto se confirmar, comentou ele, as vazões serão suficientes para atender a demanda por energia no país.

O volume mínimo com o qual o ONS trabalha é de 35% de armazenamento no Sudeste ao final do período úmido. Para esse cenário se confirmar, e chegar a novembro com um nível operacional seguro que é de 10%, a MLT de novembro de 2014 a abril de 2015 deveria ficar em 71% e de maio a novembro do ano que vem no patamar de 70% da média histórica.

“Diante do cenário que preciso a previsão é muito positiva, se ficar dentro da média tenho muita energia que chegará aos reservatórios, mas ainda dependeremos do período seco”, completou Chipp. (Canal Energia)
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