terça-feira, 4 de novembro de 2014

Crédito proposto pelo governo pode ser insuficiente

Resta apenas a disponibilidade de R$ 1,5 bilhão para atender a necessidade de recursos para os meses de outubro, novembro e dezembro. Para que o financiamento dos bancos seja suficiente, a despesa das distribuidoras com a compra de energia no último trimestre de 2014 deve ficar na média mensal de até R$ 500 milhões.

Na semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fixou o repasse de R$ 1,886 bilhão às concessionárias para cobertura das despesas do mês de setembro, que serão quitadas esta semana. Em agosto, a fatura ficou em R$ 717,6 milhões, com pagamento realizado em outubro.

Os valores das transferências mensais da Conta no Ambiente de Contratação Regulada (Conta ACR) foram apurados na última quinta-feira pela área técnica do órgão regulador. O primeiro contrato de crédito bancário ao setor foi fechado em abril, no valor de R$ 11,2 bilhões. O segundo foi aprovado em agosto, com o valor adicional de R$ 6,6 bilhões.

A Conta-ACR foi criada por decreto em abril deste ano com a finalidade de cobrir as despesas das concessionárias de distribuição sem fosse preciso novos aportes de recursos do Tesouro Nacional. Esta foi a "solução de mercado" encontrada pela equipe econômica para obter, ao mesmo tempo, um conforto nas contas públicas e evitar uma alta ainda maior nas tarifas de energia.

A urgência da medida era justificada pela necessidade de conter a forte pressão de caixa a qual as distribuidoras foram submetidas. O setor previa, se nenhuma medida fosse tomada, o colapso financeiro das empresas.

O preço da energia no mercado "spot" ainda se mantém nos patamares mais elevados do ano. Este horizonte de custo pode permanecer até o final do ano se não houver melhora no regime de chuvas nas bacias hidrográficas que abastecem os reservatórios das principais Hidrelétricas do país.

A partir de 2015, o custo total das duas operações de crédito começa a ser quitado pelas distribuidoras com pagamentos realizados em 24 meses. Os recursos serão recolhidos dos consumidores pelas contas de luz. (Valo Econômico)
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