segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Usina estreou fronteira elétrica

Santo Antônio, no Rio Madeira, foi a primeira grande usina a ser licitada na última fronteira hidrelétrica do País: a Região Norte. Depois dela vieram Jirau, Teles Pires e Belo Monte. O leilão da usina ocorreu em dezembro de 2007 e o deságio oferecido pelo grupo vencedor causou surpresa entre especialistas.

O consórcio, formado por Odebrecht, Andrade Gutierrez, Cemig, Furnas e o Fundo de Investimento e Participações Amazônia Energia (FIP) aceitou construir a hidrelétrica por uma tarifa 35% menor que a proposta feita pelo governo, R$ 78,87 ante o preço teto de R$ 122 o MWh.

Naquela época, especialistas e empresários tentaram fazer as contas para entender como o grupo conseguiu fazer uma oferta tão baixa. Uma das explicações era a parcela de 30% da geração da usina destinada ao mercado livre. Esses consumidores pagariam bem mais pela energia produzida em Santo Antônio e compensaria o preço do leilão para o mercado cativo.

E foi exatamente isso que ocorreu. Só que no meio do caminho a empresa teve uma série de problemas, como as manifestações de trabalhadores. Para piorar a situação, a regra determinava que as turbinas da usina teriam de gerar em 99,5% do tempo. Esse indicador não tem sido cumprido pela Santo Antônio Energia, o que explica parte da dívida que empresa tem na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A segunda usina do Rio Madeira, Jirau, também tem problemas, mas está amparada por liminar. Até o início de agosto, Santo Antônio tinha decisão judicial favorável. A liminar caiu e hoje ninguém sabe o futuro da usina. (O Estado de SP)
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