terça-feira, 9 de setembro de 2014

Leilões de transmissão devem movimentar R$20 bilhões em novos investimentos

A soma dos leilões de transmissão promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2014 possibilitará a realização de R$20 bilhões em novos investimentos no setor, um recorde, segundo Ivo Sechi Nazareno, superintendente de Concessões, Permissões e Autorizações de Transmissão e Distribuição da Aneel.

Nazareno participou na sexta-feira (05/09) da assinatura dos contratos de concessão referentes ao Leilão de Transmissão nº 1/2014, que contou ainda com as presenças dos representantes vencedores do certame e, pela Aneel, o diretor-geral Romeu Donizete Rufino e o diretor Tiago de Barros Correia.

Em sua apresentação, Nazareno apontou, entre as novidades dos contratos, a inclusão de cláusula que permite a antecipação da data de entrada em operação comercial das linhas de transmissão. Rufino, por sua vez, enfatizou a importância do cumprimento das cláusulas dos contratos assinados, para que as linhas de transmissão licitadas entrem em operação nos prazos estipulados e contribuam, dessa forma, com a ampliação da segurança e a confiabilidade da rede básica que configura o Sistema Interligado Nacional (SIN).

Leilão - Com um deságio médio de 13,18%, o Leilão 1/2014 foi realizado no dia 9/5, na BM&FBovespa, em São Paulo. Os empreendimentos licitados representam investimentos na ordem de R$ 4,3 bilhões, em 11 estados: Pará, Amazonas, São Paulo, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, Tocantins e Paraná. A previsão é de geração de 13.396 empregos diretos. O prazo de conclusão das obras será de 24 a 43 meses e os contratos de concessão são de 30 anos.

No leilão, o maior deságio foi observado no lote D, de 36,09% em relação à Receita Anual Permitida (RAP) inicial de R$ 102,1 milhões estabelecidos pela agência. Ele foi arrematado pela CYMI Holding S.A e tem o objetivo de atender o escoamento do potencial eólico previsto na região central da Bahia. A mesma empresa venceu o lote E, com um deságio de 23,24% em relação à RAP. Esse lote é composto por linhas de transmissão nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte e tem previsão de entrada em operação comercial de 36 meses.

O lote B teve lances a viva-voz e foi arrematado pela Abengoa Construção do Brasil Ltda. Ele é composto por linhas de transmissão nos estados do Pará e Amazonas e tem previsão de entrada em operação comercial de 24 a 42 meses. A Abengoa também arrematou o lote G, cujo objetivo é permitir o crescimento de carga previsto para a região sudeste do Pará. Nesse caso, houve um deságio de 1.00% em relação à RAP prevista pela Agência no valor de R$ 36,8 milhões.

A Alupar Investimentos S.A ficou com o lote C, que teve um deságio de 4,99% em relação à RAP inicial de R$ 30,3 milhões estabelecidos pela Agência. O objetivo desse lote é atender o aumento de carga na região do litoral paulista e o prazo para entrada em operação comercial é de 36 meses.

O consórcio Cantareira (Elecnor – 51% e Copel Geração e Transmissão – 49%) arrematou o lote F, cuja proposta é reforçar o atendimento no Sudeste associado ao escoamento da energia da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Esse lote é composto pela Linha de Transmissão Fernão Dias – Estreito, localizada nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

A Copel Geração e Transmissão S.A arrematou o lote K, que é formado por uma linha de transmissão no Paraná e tem o objetivo de aumentar a confiabilidade no fornecimento de energia na região sudeste do Paraná. A empresa também ficou com o lote M, que é composto por uma linha de transmissão que passa pelos estados de São Paulo e Paraná. Nesse caso, o deságio observado foi de 6,53% em relação à RAP prevista pela Agência no valor de R$ 16 milhões. (Jornal da Energia)
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