quarta-feira, 27 de agosto de 2014

EPE descarta expansão térmica com usinas movidas a óleo

A expansão da base termelétrica do SIN em 7.500 MW, conforme prevê o PDE 2023, será feita com predominância de usinas movidas a gás, complementadas com plantas a carvão e biomassa. O óleo foi “banido” como combustível dessa capacidade adicional que deverá ir a leilão por volta de 2018, conforme disse hoje o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim em dois momentos – um evento no Rio de Janeiro e outro em São Paulo.

Energia nuclear também está fora dos planos do governo para esse horizonte. A modalidade é considerada cara demais e de construção muito demorada, desvantagem que não é característica local – é uma realidade de outros países também – mas que no Brasil acaba exacerbada. A participação dessa fonte na matriz elétrica continuará sendo de 15%, disse.

Os demais tipos de geração também vão crescer proporcionalmente. “Mesmo que representasse um aumento, ainda assim ainda teríamos uma matriz muito mais limpa que a média mundial”, comparou.

Leilão A-5 - Tolmasquim confirmou que o certame marcado para setembro próximo vai contar com projetos térmicos movidos a GNL importado, gás natural e carvão. No caso específico do gás natural, ele disse que são empreendimentos que deverão usar recursos onshore da região Norte.

Usinas a biomassa poderão ser beneficiadas pelo preço-teto de R$ 197/MWh, pensado para térmicas a gás natural e GNL. “Fizemos esse preço-teto em cima de uma usina de GNL, então acreditamos que viabilizará”, comenta. O executivo adiantou que alguns projetos de GNL apresentaram propostas de construção de malha própria de gás, enquanto outros fizeram acordos para utilizar terminais da Petrobras. “Com gás nacional, são só as usinas do Norte”, conta.

Além disso, o leilão deve viabilizar a contratação de PCHs, projeta Tolmasquim. “Aumentamos o preço de todas as fontes. Acreditamos que esse leilão vai atrair bastante investidor e com certeza viabilizará PCHs”, comenta. Além do A-5 e do leilão de energia de reserva (LER), marcado para outubro, a EPE ainda trabalha com a possível realização de um leilãoexclusivo para a UHE Tapajós (8.040 MW) em dezembro.

A empresa recebeu os estudos dos consórcios interessados na concessão e agora discute com MMA, MME, Funai e outros órgãos. “O cronograma é muito apertado, muito justo, mas vamos tentar. Mas o máximo que vai acontecer é ficar para o início de 2015″, explica. De acordo com Tolmasquim, os preços-teto para o LER ainda não foram definidos.

Já os R$ 137/MWh estabelecidos para a fonte solar, que concorre no A-5 com as eólicas, está abaixo do esperado pelos empreendedores para viabilizar os projetos. Porém, a expectativa é de que o LER dê o pontapé inicial na contratação da fonte. Está prevista no PDE 2023 a contratação de 3,5 GW da fonte até 2018, adianta. (Brasil Energia)
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