quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Com compra de energia mais cara, Eletrobras perde R$ 105 mi no 2º tri

A disparada, neste ano, do preço da energia elétrica no chamado mercado livre (contratos de curto prazo) levou a Eletrobras de volta ao prejuízo no segundo trimestre deste ano, quando teve perda de R$ 105 milhões. Nos primeiro seis meses de 2014, o lucro acumulado foi de R$ 881 milhões, 588% acima do resultado obtido no mesmo período de 2013, de R$ 128 milhões, graças aos três primeiros meses deste ano, que teve resultado positivo de R$ 986 milhões.

No último trimestre de 2013, as perdas haviam sido de R$ 5,5 bilhões.

A maior parte da energia que as empresas do setor elétrico vendem é assegurada, atendida por contratos com preços fixos. Pequena parcela dessa demanda, porém, é comprada pelas empresas no mercado livre.

Neste ano, a seca determinou o uso maior de usinas térmicas, de custo operacional maior, para gerar energia no país, o que, associado à forte demanda e ao alto índice de distribuidoras sem contrato, elevou o preço da energia vendida nesse mercado.

O impacto é sentido por todas as distribuidoras, que vêm enfrentando dificuldades financeiras.

O preço do megawatt-hora no mercado livre saiu de R$ 249 no Sudeste --maior mercado do país-- na primeira semana do ano, para R$ 503 ao fim do primeiro semestre, tendo ficado em R$ 822 (teto regulatório) a maior parte do período.

O preço médio entre o primeiro e o segundo semestres subiu 10%, de R$ 646 para R$ 710.

MERCADO LIVRE - A Eletrobras teve perda líquida de R$ 990 milhões com a negociação no mercado livre, resultado de gasto de R$ 2,01 bilhões com a compra por suas distribuidoras, e de receita de R$ 1,02 bilhão com a venda de energia por suas geradoras. A empresa estatal também perdeu R$ 104 milhões no trimestre com a valorização do real em relação ao dólar, principalmente com a venda da energia da usina de Itaipu, que é fechada em moeda norte-americana.

OUTROS DADOS - A receita chegou a R$ 16,2 bilhões no primeiro semestre, alta de 18,5% em relação aos R$ 13,7 bilhões verificados entre janeiro e junho do ano passado. No segundo trimestre, a receita avançou 17%, de R$ 6,89 bilhões para R$ 8,09 bilhões.O Ebitda (indicador de geração de caixa) chegou a R$ 465 milhões, 72% menor do que o registrado no trimestre passado, de R$ 1,7 bilhão. A dívida da companhia cresceu 4% entre dezembro de 2013 e junho, de R$ 22,6 bilhões para R$ 23,5 bilhões. (Folha de S. Paulo)
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