sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Cesp tem lucro 85% maior no segundo trimestre

A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) - geradora paulista de energia- registrou no segundo trimestre deste ano lucro líquido de R$ 489,4 milhões, valor 85,2% maior na comparação com o mesmo período do ano passado. No semestre, os ganhos somaram R$ 1,3 bilhão, alta de 121,1% ante os seis primeiros seis meses de 2013. O resultado foi influenciado, principalmente, pela venda de energia no mercado livre, cujos preços estão em patamar elevado. A empresa ficou com sobra de energia, pois não aderiu à antecipação da renovação dos contratos de concessão de 2012.

A Cesp está envolvida ainda na polêmica decisão de reduzir a vazão do Rio Jaguari, descumprindo ordem do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e abrindo uma crise com o Estado do Rio de Janeiro, que está ameaçado de sofrer um colapso de abastecimento de água. Ao reter a água, a vazão do rio Paraíba do Sul é reduzida, afetando cidades do Rio e de São Paulo.

REPASSE ATRASADO PARA A CDE - Os altos preços no mercado livre beneficiaram a Cesp - que teve alta de 38% na receita líquida -, mas tiveram efeito oposto na Light: o lucro da distribuidora somou R$ 15,3 milhões no segundo trimestre, queda de 73,8% em relação a igual período de 2013. A empresa teve que comprar energia no mercado de curto prazo e registrou gastos extras.

O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, disse que a agência poderá promover revisões nos contratos de concessão das usinas do Rio Paraíba do Sul afetadas pela seca e pela retenção de vazão na bacia para manter o equilíbrio econômico-financeiro dos empreendimentos.

- Tem de se fazer as análises para avaliar se a mudança de vazão vai alterar a energia firme desses empreendimentos. Se prevalecer o interesse público de que tem que ir nessa linha (de restrição da vazão), tem de se observar o equilíbrio dos contratos - disse Pepitone.

Ele disse ainda que a situação atual de escassez no Rio Paraíba do Sul está sendo avaliada pelo governo federal.

Já o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que as distribuidoras têm reclamado de atrasos no repasse de recursos do Tesouro Nacional para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). O assunto foi discutido ontem em reunião com o secretário do Tesouro, Arno Augustin. A demora em transferir recursos, segundo fontes do setor, seria uma tentativa do Tesouro de segurar o caixa para ajudar na realização do superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida pública). A previsão no orçamento da União é que a CDE receba R$ 13 bilhões em 2014. Rufino confirmou que o repasse para a CDE está irregular, mas disse que Augustin prometeu resolver o problema. (O Globo)
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