terça-feira, 19 de agosto de 2014

Cemig segue à procura de novos ativos de geração

A concessionária mineira Cemig segue firme em sua estratégia de recompor a capacidade de geração que será perdida com a Medida Provisória 579/12. A partir de 2015, a empresa devolverá uma séria de concessões, que representam cerca de 1.000MW de capacidade. "Por causa da MP579 estamos perdendo um pouco da nossa geração. O nosso grande esforço tem sido ampliar ou chegar próximo ao que tínhamos antes da medida", disse o presidente da Cemig, Djalma Bastos. "Continuamos a procura de novos empreendimentos na área de geração", completou o executivo, que conversou nesta segunda-feira (18/08) com analistas de mercado.

Recentemente, a companhia adquiriu 49,9% da hidrelétrica Retiro Baixo, 40% de participação da Gasmig. Também ampliou a participação na UHE Santo Antonio (10%), na UHE Belo Monte (8%) e na Renova Energia (25%). A Cemig ainda está com 1.360MW em construção. "Tudo isso é para garantir a nossa sustentabilidade", afirmou o diretor de Finanças e de Relações com Investidores, Luiz Fernando Rolla. Até junho deste ano, a empresa já investiu R$2,8 bilhões no setor elétrico.

Jaguara, São Simão e Miranda
Se por um lado a Cemig já se conformou com a devolução de aproximadamente 1.000MW, por outro, a empresa não abre mão das hidrelétricas de Jaguara, São Simão e Miranda. A continuidade dessas concessões está na Justiça. Segundo Bastos, esses três empreendimentos têm singularidades contratuais que garantem à Cemig a continuidade da concessão por mais 20 anos.

Na semana passada, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) deveria ter julgado o caso da UHE Jaguara. Porém, devido a morte do candidato a Presidência Eduardo Campos (PDB), ocorrida no último dia 13/08, o processo foi adiado, sem data para voltar a pauta. "Não temos uma perspectiva de quando esse processo deve voltar à pauta”, disse Rolla. “Temos absoluta confiança de um resultado favorável à Cemig", completou.

Nesta terça-feira (19/08), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisa um pedido de reconsideração da Cemig-GT, em face do Despacho nº 3.039/2014, que recomendou ao Ministério de Minas e Energia (MME) o indeferimento da solicitação de prorrogação por 20 anos do prazo de vigência do contrato de concessão UHE São Simão.

Distribuidora - A Cemig informou que após a realização do leilão "A", realizado em abril, a exposição involuntária de sua distribuidora foi reduzida para 1% até o final do ano. De janeiro a junho, a Cemig-D recebeu da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) quase R$1,5 bilhão de recursos para cobrir os gastos com compra de energia não cobertos pela tarifa. 

A empresa ainda destacou a importância da nova operação de crédito para a Conta-ACR, que contratou mais R$6,6 bilhões para socorrer a distribuidoras. Segundo a companhia, o novo empréstimo viabilizado via Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) dá mais segurança aos distribuidores de energia, garantindo um alívio de caixa até o final do ano. (Jornal da Energia)
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