sexta-feira, 8 de agosto de 2014

48% veem risco alto de escassez de energia neste ano

A maioria dos brasileiros acredita em escassez de energia ainda neste ano. Segundo pesquisa do Ibope, 75% dos cidadãos veem como muito grande, grande ou médio o risco de o Brasil sofrer um racionamento de energia em 2014.Considerando os consumidores que classificam esse risco alto (grande ou muito grande), o percentual é de 48%.

Encomendada pela Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), a pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira (7). Das 2.002 pessoas entrevistadas em todo o país, 13% dizem que o risco de racionamento é pequeno e 4% afirmam que é muito pequeno, enquanto 8% não souberam responder. As entrevistas foram realizadas entre 17 e 22 de junho.

Na quarta (6), o Ministério de Minas e Energia dissera que há "risco zero" de desabastecimento e racionamento de energia nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste neste ano.

Para 88% dos entrevistados pelo Ibope, é necessária uma campanha imediata para a conservação de energia, com a finalidade de evitar que ameaças de abastecimento se tornem um problema crônico.

Para o presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros, o resultado mostra que o consumidor está bem informado sobre a crise no setor e que deseja mudanças.

"A pesquisa mostrou que 2 a cada 3 brasileiros gostariam de mudar de prestador de serviço, pois acreditam que a competição leva a uma redução de preço", diz Medeiros.

A entidade lançou, durante evento nesta quinta em São Paulo, a campanha "A energia da democracia é livre", com o objetivo de promover a portabilidade do consumidor no setor elétrico, ou seja, que ele possa escolher o seu fornecedor de energia ou ser até mesmo um autoprodutor.

Pagamentos de concessionária ajudarão na conta 
A queda de liminares que impediam cobrar a Santo Antônio Energia, concessionária da hidrelétrica Santo Antônio (RO), atenuará a necessidade de recursos para as distribuidoras elétricas, disse o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino. Segundo ele, o total a ser pago pela empresa soma R$ 600 milhões. "Pode não ser necessário usar todo o empréstimo [dos bancos]."

Segundo o presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), Nelson Leite, o novo empréstimo é suficiente para cobrir a exposição das empresas ao mercado de curto prazo de energia neste ano. Ele defendeu que, se houver sobra de recursos, o dinheiro deveria ser usado na conta do risco hidrológico das distribuidoras, relacionado à queda do nível dos reservatórios das hidrelétricas, que até o fim do ano pode chegar a R$ 1,8 bilhão. Quanto aos pagamentos da Santo Antônio Energia, Leite calcula que, além dos R$ 600 milhões retroativos, até o fim do ano podem ser pagos mais R$ 300 milhões. (Folha de S. Paulo / Reuters)
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