De acordo com Nelson Leite, presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia), isso poderá ser feito uma vez que os valores pendentes até o fim do ano tendem a ser menores que os do primeiro semestre.
Atualmente a conta em aberto das distribuidoras está em R$ 1,322 bilhão. Esse montante deveria ter sido pago na segunda semana deste mês às geradoras de energia, mas acabou sendo adiado para 31 de julho.
"O Ministério de Minas e Energia está trabalhando junto a Fazenda e à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) na elaboração de uma solução, que ainda não temos como detalhar porque não conhecemos", disse o presidente.
"Estamos confiantes de que vai haver uma solução que resolva o problema até o fim do ano e que essa solução sairá a tempo de cobrir a liquidação pendente."
A associação evitou fazer uma previsão sobre o quanto precisará ser pago pelas empresas até o fim do ano para atender a demanda dos consumidores.
O mercado estima que esse número possa chegar a R$ 8 bilhões, incluído aí o valor em aberto que deveria ter sido pago no início deste mês.
"Essa previsão [de gastos até o fim do ano] depende de uma série de cenários, como o preço do PLD (custo da energia no mercado livre)".
As distribuidoras de energia estão tendo de fazer contratos de curto prazo -portanto mais caros- para tapar uma parte da demanda de seus consumidores que está em aberto desde o início do ano e que não foi suprida por meio do leilão de compra energia emergencial.
SATISFAÇÃO - Nesta quarta-feira (16), a Abradee divulgou uma pesquisa de satisfação dos usuários de energia elétrica no país. De acordo com o estudo, o serviço apresentou uma melhora tímida desde 2013, passando de 78,7% para 78,9%.
O estudo foi realizado entre fevereiro e março deste ano e ouviu cerca de 25.300 pessoas.
A qualidade e a quantidade de interrupções dos serviços foram alguns dos tópicos avaliados pela associação. Já a tarifa não foi considerada pelo indicador.
"Não entra nesse indicador porque há alguns tributos e custos que não são gerenciáveis pelas distribuidoras", completou.
A pesquisa indicou que o nível de clientes insatisfeitos ou muito insatisfeitos aumentou 0,1 ponto percentual, passando de 6,8%, em 2013, para 6,9% este ano.
Os que não souberam avaliar representam 14,2%, frente a 14,5% do ano passado.
Já os satisfeitos representam 42,8%. No ano passado o número era maior: 43,6%. O número de muito satisfeitos cresceu. Passou de 35,1% para 36,1%.
"A gente percebe uma melhoria discreta dos resultados", afirmou Nelson Leite. "Apesar das adversidades estamos mantendo nível de investimentos para expansão das redes e melhora das qualidades. É um desafio manter essa melhoria continua de satisfação dos clientes", acrescentou. (Folha de S. Paulo)
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