quinta-feira, 17 de julho de 2014

Elétricas acreditam que governo dará solução definitiva ao rombo do setor

De acordo com Nelson Leite, presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia), isso poderá ser feito uma vez que os valores pendentes até o fim do ano tendem a ser menores que os do primeiro semestre.


Atualmente a conta em aberto das distribuidoras está em R$ 1,322 bilhão. Esse montante deveria ter sido pago na segunda semana deste mês às geradoras de energia, mas acabou sendo adiado para 31 de julho.

"O Ministério de Minas e Energia está trabalhando junto a Fazenda e à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) na elaboração de uma solução, que ainda não temos como detalhar porque não conhecemos", disse o presidente.

"Estamos confiantes de que vai haver uma solução que resolva o problema até o fim do ano e que essa solução sairá a tempo de cobrir a liquidação pendente."

A associação evitou fazer uma previsão sobre o quanto precisará ser pago pelas empresas até o fim do ano para atender a demanda dos consumidores.

O mercado estima que esse número possa chegar a R$ 8 bilhões, incluído aí o valor em aberto que deveria ter sido pago no início deste mês.

"Essa previsão [de gastos até o fim do ano] depende de uma série de cenários, como o preço do PLD (custo da energia no mercado livre)".

As distribuidoras de energia estão tendo de fazer contratos de curto prazo -portanto mais caros- para tapar uma parte da demanda de seus consumidores que está em aberto desde o início do ano e que não foi suprida por meio do leilão de compra energia emergencial.

SATISFAÇÃO - Nesta quarta-feira (16), a Abradee divulgou uma pesquisa de satisfação dos usuários de energia elétrica no país. De acordo com o estudo, o serviço apresentou uma melhora tímida desde 2013, passando de 78,7% para 78,9%.

O estudo foi realizado entre fevereiro e março deste ano e ouviu cerca de 25.300 pessoas.

A qualidade e a quantidade de interrupções dos serviços foram alguns dos tópicos avaliados pela associação. Já a tarifa não foi considerada pelo indicador.

"Não entra nesse indicador porque há alguns tributos e custos que não são gerenciáveis pelas distribuidoras", completou.

A pesquisa indicou que o nível de clientes insatisfeitos ou muito insatisfeitos aumentou 0,1 ponto percentual, passando de 6,8%, em 2013, para 6,9% este ano.

Os que não souberam avaliar representam 14,2%, frente a 14,5% do ano passado.

Já os satisfeitos representam 42,8%. No ano passado o número era maior: 43,6%. O número de muito satisfeitos cresceu. Passou de 35,1% para 36,1%.

"A gente percebe uma melhoria discreta dos resultados", afirmou Nelson Leite. "Apesar das adversidades estamos mantendo nível de investimentos para expansão das redes e melhora das qualidades. É um desafio manter essa melhoria continua de satisfação dos clientes", acrescentou. (Folha de S. Paulo)
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