terça-feira, 29 de julho de 2014

BNDES terá linha com condições ´favoráveis´ para energia solar

O BNDES divulgará em breve uma linha de financiamento com condições "favoráveis" para estimular a participação de projetos de energia solar no leilão de outubro e a produção local de equipamentos, disse o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.

A linha utilizará recursos do Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e que tem finalidade de garantir recursos para apoio a projetos de empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação de mudanças climáticas. O fundo possui dotação orçamentária de R$ 560 milhões, segundo o BNDES.

O presidente da EPE afirmou que a modelagem do financiamento aos projetos de energiasolar interessados no leilão de outubro já está pronta e precisa apenas de uma aprovação da diretoria do BNDES.

"O BNDES tem uma proposta de conteúdo nacional e queremos internalizar a produção local [de equipamentos de energia solar]", afirmou Tolmasquim a jornalistas em evento do Centro de Pesquisa em Energia Elétrica (Cepel), da Eletrobrás.

Segundo ele, o banco deve anunciar os detalhes em breve da linha de financiamento, que será "mais barata e mais interessante". Ele não deu detalhes sobre o montante que estará disponível no Fundo Clima para fomentar a expansão solar no país.

Tolmasquim afirmou que a energia solar deverá ser uma realidade no país em breve, assim como ocorreu com a energia eólica.

"Espero que o efeito seja o mesmo que houve na eólica, onde ganhamos escala com leilões e o preço foi caindo. O ganho de escala para eólica se deu em três anos. Em nível mundial, o preço da solar está caindo e temos um nível de insolação melhor. É uma questão de tempo", disse Tolmasquim.

O preço-teto do leilão ainda não foi definido, de acordo com o presidente da EPE.

O resultado do leilão de outubro será essencial para definir o papel desse segmento na matriz energética nacional e qual será o peso do país nos planos de investidores e fabricantes de equipamentos na expansão de seus negócios nesta área, afirmaram agentes do setor à Reuters em meados deste mês.

TAPAJÓS - O presidente da EPE se mostrou ainda animado com a possibilidade de o governo federal conseguir licitar ainda esse ano, provavelmente no último trimestre, a usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no Pará.

Estudos ambientais já foram feitas no sentido de viabilizar o leilão do projeto estruturante, de 6, 1 mil megawatts (MW). O governo federal vem lutando há algum tempo pela viabilização do empreendimento no Norte do Brasil.

"Tem chances fortes de sair o leilão de Tapajós esse ano. Está andando e é viável sair para o final do ano, no último trimestre", afirmou Tolmasquim.

No final de junho, o governo federal havia previsto que os estudos ambientais para a hidrelétrica de Jatobá, no rio Tapajós, devem ser entregues ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) até o fim de setembro. A usina de 2,3 mil megawatts (MW) deverá compor, junto com São Luiz do Tapajós, o complexo do Tapajós. (Reuters)
Leia também:
Distribuidoras poderão ter novo prazo
Custo da energia ameaça a indústria
Governo estuda plano contra oscilação de tarifa de energia
Diretor do BNDES confirma condições de empréstimo às distribuidoras
Governo deve adiar pela terceira vez o pagamento bilionário do setor elétrico