terça-feira, 3 de junho de 2014

Leilão de A-5 tem mais de mil inscritos, diz EPE

O leilão de energia A-5, que contratará projetos para início de operação em janeiro de 2019, marcado para 12 de setembro, totalizou 1.041 empreendimentos inscritos, que somam 50.906 megawatts (MW) de capacidade instalada. A oferta é dez vezes maior do que o que costuma ser contratado anualmente, cerca de 5 mil MW.

Para o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, os destaques foram as eólicas, com 708 projetos inscritos e oferta de 17,4 mil MW, e as termelétricas a gás, que tiveram 36 projetos inscritos e 20 mil MW de capacidade. "O leilão A-5 inquestionavelmente mostra a intenção do setor privado. E não deve haver problemas para atender as distribuidoras", disse Tolmasquim. Segundo ele, porém, permanece em vigor a exigência para que as térmicas inscritas apresentem previamente contrato de fornecimento de combustível. Este tem sido um dos maiores entraves para a participação de novas usinas a gás nos leilões de energia.

"A exigência de contrato de combustível está mantida para este leilão, mas abrimos discussão para estudar a flexibilização para os próximos", disse. Além de eólicas e usinas a gás, também se inscreveram para o leilão de setembro dez térmicas a carvão (4,49 mil MW), 25 térmicas a biomassa (1,6 mil MW), 23 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs, 379 MW), 225 projetos deenergia solar fotovoltaica (6,1 mil MW) e oito empreendimentos de usina solar heliotérmica (240 MW). As hidrelétricas, por sua vez, somam 575 MW, a partir de seis projetos inscritos.

Apesar de haver oferta de fonte solar na concorrência, Tolmasquim disse não estar otimista para este tipo de fonte neste leilão. "Solar no A-5 tem pouca probabilidade de entrar. Ela tem chance no leilão de reserva, que saiu a portaria e está marcado para 10 de outubro. Vão participar eólicas, solar e resíduos sólidos". No leilão A-5, os projetos de diversas fontes competem entre si, e vencem aqueles de custo mais baixo. A fonte solar ainda é cara em relação às demais, e por isso não é competitiva. Já no leilão de reserva que está sendo organizado, as fontes não competirão entre si. Assim, os projetos de fonte solar terão mais chances.

Tolmasquim disse, ainda, que pode ser realizado mais um leilão A-5 em 2014, para a hidrelétrica de São Luiz de Tapajós (PA). O governo, porém, depende da emissão da licença ambiental. "O prazo está bem apertado, dado o tamanho do projeto, mas, se não der para fazer este ano, podemos fazer no início do ano que vem." (Valor Econômico)
Leia também:
Para o governo, risco de racionamento diminuiu
Leilão de reserva é marcado para 10 de outubro
Aneel fixa em R$2,27 bi repasse para distribuidoras
Para governo, risco de déficit cai com chuva e preço menor
Preço de energia de curto prazo cai para menos de R$600/MWh