quinta-feira, 15 de maio de 2014

Secretário descarta possibilidade de racionamento de energia

O país não terá de racionar energia elétrica, garantiu o secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura. Segundo ele, mesmo no cenário mais pessimista, será possível atender à demanda por energia até o fim do período seco. Na avaliação do secretário, não haverá racionamento mesmo que, agora, em 2014, se repita o pior nível hidrológico da série histórica iniciada em 1931. "Todas as nossas análises mostram que o sistema, estruturalmente, está equilibrado. Isso significa que, com a geração hidráulica que estamos tendo, complementada pela geração térmica, temos condições de atender ao sistema até o final do período seco sem racionamento", disse Ventura.

A cada semana a avaliação é refeita no Comitê de Monitoramento do Setor Energético, que reúne os principais órgãos envolvidos com a política energética. Segundo Ventura, a maior oferta de energia gerada pelas térmicas e a capacidade das linhas de transmissão ajudam a contornar a falta de água nos reservatórios das hidrelétricas de parte do país. "Em Tucuruí, por exemplo, estamos gerando uma grande quantidade de energia, que, além de abastecer a Região Norte, atende a parte do Nordeste e do Sudeste", enfatizou o secretário. Ele afastou a hipótese de 2014 ser um ano pior que todos da série histórica: "Podem surgir fenômenos piores do que os dos últimos 80 anos, mas a possibilidade disso [ocorrer] é muito baixa e não estamos considerando". Agência Brasil)

"Não é o momento de fazer racionamento de energia" 
14/05/14 - O presidente da Eletrobras, José da Costa, disse nesta quarta-feira que o país ainda não corre risco de falta de energia e que, por isso, não é necessário fazer racionamento. Segundo ele, a decisão poderia ter impacto negativo na economia do país. "Não está no momento, porque o risco é pequeno. E isso teria impactos na economia", disse Costa, sem comentar os efeitos políticos que essa decisão acarretaria. O executivo participa hoje de audiência na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados sobre a ingerência governamental na Eletrobras.

Concessões - Costa reafirmou que a adesão da estatal à renovação de concessões proposta pelo governo foi técnica, sem influência política. "Todas as decisões foram baseadas em notas técnicas, aprovadas pelo conselho de administração e em assembleia geral", disse. A estatal tem sido criticada por ter tomado uma decisão contrária à de outras companhias, como a Cesp, em São Paulo, e a Cemig, em Minas Gerais, que decidiram continuar à frente de suas operações de geração até o fim dos contratos de concessão, por entenderem que teriam melhor resultado financeiro em dois a três anos, do que em 30 anos de renovação das concessões.

Ao concordar com a proposta do governo, a Eletrobras teve a sua receita drasticamente reduzida, porque passou a ser remunerada apenas pela manutenção e operação de usinas, já que os investimentos feitos na estrutura já foram amortizados nas décadas anteriores. É essa remuneração que a companhia terá pelos próximos 30 anos de renovação. Para Cesp e Cemig, os valores foram considerados tão baixos que estas empresas decidiram por permanecer com os contratos atuais, que vencem até 2015, mas com base no modelo de remuneração atual.

Lucro - Segundo Costa, mesmo após registrar dois anos consecutivos de prejuízos bilionários, a estatal terá lucro neste ano. O executivo repetiu a tese de que a Eletrobras sofreu reflexos de efeitos não recorrentes, por conta da adesão à proposta de renovação de concessões feita pelo governo em 2012.

A companhia tem hoje 43 mil megawatts (MW) de geração, dos quais 14 mil MW tinham as concessões vencendo a partir de 2015. As concessões foram renovadas por mais 30 anos, baseadas na proposta do governo. Em linhas de transmissão, de um total de 63 mil quilômetros, a renovação afetou 57 mil. De acordo com o executivo, a adesão resultou em um decréscimo médio de R$ 8,7 bilhões de receita por ano. Em 2010, a Eletrobras teve lucro de R$ 2,2 bilhões. Em 2011, de R$ 3,7 bilhões. No entanto, em 2012, registrou prejuízo de R$ 6,9 bilhões. O ano passado fechou com perda líquida de R$ 6,3 bilhões. (Valor Online)
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