segunda-feira, 12 de maio de 2014

Espanhóis lideraram leilão

Os espanhóis foram os grandes vencedores do leilão de transmissão de energia realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última sexta-feira. Dos 13 lotes previstos, oito foram arrematados, cinco deles pelas espanholas Cymi e Abengoa, que levaram dois lotes cada e Elecnor, no consórcio Cantareira, que tem como sócia a Companhia Paranaense de Energia (Copel). Agressiva na oferta, a Cymi Holding apresentou os mais volumosos deságios, inclusive o maior do certame, registrado no lote D, de 36,09% em relação ao teto de R$ 102,1 milhões para a Receita Anual Permitida (RAP) estabelecida pela Aneel.

Localizado na Bahia, esse lote tem como meta aumentar a capacidade de escoamento do potencial eólico previsto na região central da Bahia. A Cymi também levou o lote E, com deságio de 23,24% em relação à RAP de R$ 63,6 milhões. Composto por linhas de transmissão no Ceará e no Rio Grande do Norte, deverá escoar também a energia eólica dos estados. A outra espanhola, Abengoa Construção do Brasil,venceu a disputa pelo lote B, decidido em lances a viva-voz, o mais concorrido do certame.

Composto por linhas de transmissão nos estados de Pará e Amazonas, teve deságio de 9,42% sobre a RAP de R$100,8 bilhões. A companhia também arrematou o lote G, previsto para atender à demanda que o crescimento industrial da região Sudeste do Pará deverá viver nos próximos anos. Nesse caso, houve um deságio de 1% em relação à RAP prevista pela Aneel no valor de R$ 36,8 milhões.

Diretor da agência reguladora, Reive Barros considerou o resultado do leilão um sucesso, lembrando que dos investimentos previstos, de R$4,3bilhões, foram alcançados R$ 3,5 bilhões. Para ele, a falta de oferta em cinco lotes representa um sinal do mercado que será analisado pela Aneel. "Poderemos fazer aglutinações entre os lotes e mudanças para torná-los mais atrativos nos próximos leilões", disse, destacando a necessidade de todos os lotes serem arrematados para garantir a segurança energética do país.

Os outros lotes licitados na sexta- feira na BM&FBovespa ficaram com a Alupar Investimentos (lote C); Companhia Paranaense de Energia (Copel), que arrematou dois lotes (Ke M) e temainda49% no Consórcio Cantareira (junto com a também espanhola Elecnor), que ficou com o lote F. "Nossa meta neste leilão era garantir espaço no território onde já atuamos", afirmou o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel, Jonel Nazareno Iurk. Os lotes vencidos pela companhia estão em municípios do Paraná (lote K)e o outro se divide entre e o estado paranaense e Assis, no interior de São Paulo.

Os empreendimentos licitados vão atender a 11 estados: Pará, Amazonas, São Paulo, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, Tocantins e Paraná. A previsão é gerar 13.396 empregos diretos. O prazo de conclusão das obras varia de 24 meses a 43 meses e os contratos de concessão são de 30 anos. A previsão da Aneel é que o próximo leilão de transmissão seja realizado em setembro.

Quanto ao leilão do segundo bipolo de transmissão do sistema de Belo Monte, não deve sair neste ano. Segundo o secretário-adjunto do Ministério de Minas e Energia, Moacir Bertol, os estudos de viabilidade técnica já estão feitos. "Os outros estudos para compor o leilão estão em execução, devem ficar prontos no fim do ano, em setembro ou outubro", afirmou. (Brasil Econômico)
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