quarta-feira, 30 de abril de 2014

Sem chuva, racionar será inevitável, diz especialista

Se os níveis atuais de chuvas e consumo de energia elétrica se mantiverem nos próximos meses, o racionamento será inevitável, diz estudo realizado pelo diretor do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo, Ildo Luís Sauer.

Segundo ele, o nível de chuvas, que no ano está cerca de 40% abaixo da média histórica, é insuficiente para garantir que os reservatórios não sequem antes do fim do período seco. Assim, as reservas devem acabar em novembro se nada for feito.

A partir deste mês, Sauer considera que o país ficará com um deficit de potencial de geração de 2.700 a 4.100 megawatts­-hora (MWh), que representa algo entre 45% e 70% da capacidade de geração da usina de Itaipu.

Por isso, Sauer afirma que o racionamento já deveria estar em curso. "Qualquer governo sério já deveria, primeiramente, ter convocado a população e pedir uma redução do consumo", diz.

Ontem, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) emitiu nota afirmando que não haverá necessidade de racionamento caso os índices de chuva aumentem. Mas admite que, caso o cenário atual permaneça, "poderá propor medidas adicionais" que garantam o fornecimento.

FATURA - Os problemas causados pela escassez de chuvas neste ano evidenciam as distorções criadas pela medida provisória nº 579, de 2012 (convertida na lei 12.783/2013).

O custo da ação tomada para reduzir os preços das tarifas de energia elétrica já queimou quase R$ 100 bilhões do país, entre perda de valor de mercado das companhias, indenizações e subsídios a programas sociais. (Folha de S. Paulo)
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