segunda-feira, 24 de março de 2014

Preço de energia no mercado de curto prazo permanece no teto esta semana

O preço para liquidação de contratos de energia na Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE) permanecerá no teto de R$ 822,83 pela oitava semana seguida, informou na sexta-feira a entidade. Ao mesmo tempo em que vêm provocando lucros extras a geradoras que não renovaram contratos de concessão, os altos preços criam dificuldades para o governo, que vem buscando alternativas para reduzir as perdas das distribuidoras com a compra de eletricidade mais cara no mercado de curto prazo.

Segundo a CCEE, o volume de energia armazenada no Sistema Interligado Nacional (SIN) caiu em aproximadamente 3,3 mil megawatts (MW) médios na última semana. "A redução dos níveis iniciais de armazenamento de todos os reservatórios do SIN provocou elevação nos valores de Custo Marginal de Operação (CMO) de todos os submercados", informou a entidade.

No final da semana, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reduziu a projeção de chuvas para março, para 63% da média histórica, o que pode contribuir para manter o preço de liquidação de diferenças (PLD) em níveis altos por mais tempo. O PLD rege a compra e venda de energia no mercado de curto prazo, em operações que funcionam como um acerto de contas entre distribuidores e geradores com relação aos volumes de energia vendidos ao mercado durante a semana.

A alta do PLD vem dando dor de cabeça ao governo, que já tinha a preocupação de ressarcir as distribuidoras pelo uso de térmicas mais caras para compensar a falta de água nos reservatórios das hidrelétricas. No último dia 13, o Ministério de Minas e Energia anunciou uma ajuda de R$ 8 bilhões às distribuidoras por meio de um financiamento tomado pela própria CCEE.

No mesmo dia, foi divulgado um aporte de R$ 4 bilhões, em recursos do Tesouro, na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial que vem sendo usada para antecipar, às empresas de distribuição, recursos para pagamento da energia gerada por termelétricas.

O plano prevê a devolução dos empréstimos e adiantamentos nos próximos anos, após reajustes nas tarifas das distribuidoras. O governo espera reduzir o impacto inflacionário do repasse dos custos atuais em reajustes futuros com novos leilões das usinas que não renovaram as concessões e serão licitadas em 2014 e 2015 com tarifas mais baixas do que as cobradas atualmente pelas concessionárias. (Brasil Econômico)
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