sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Governo garante a entrada de 8 mil MW novos este ano

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que o Sistema Elétrico Brasileiro tem entre 6 mil e 8 mil megawatts (MW) de capacidade nova para entrar em operação em 2014. “Ao longo do ano acredito que mais para 8 mil do que para 6 mil”, disse o ministro, antes de participar de evento promovido pela Eletrobrás em Brasília. Ele voltou a descartar a possibilidade de o país passar por um novo racionamento de energia elétrica, como o ocorrido em 2001. 

Lobão afirmou que a usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, por exemplo, terá 15 novas turbinas em funcionamento ao longo do ano. Na véspera, o Operador Nacional do Sistema elétrico (ONS) divulgou relatório em que cita a liberação de operação comercial de turbina de 75 MW de Jirau. A turbina é a terceira unidade geradora em operação na usina e deve aumentar a disponibilidade de geração de eletricidade do país. “Eu não prego o racionamento. 

Eu sei que há analistas que, a todo instante, sugerem isso. São analistas competentes, que têm o meu respeito. Sucede que temos, na órbita do Ministério, analistas igualmente responsáveis e competentes que asseguram a firmeza do sistema e não há porque caminhar para uma solução dessa natureza”, afirmou o ministro. Lobão reiterou que, mesmo se os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste não subirem a 43% de capacidade no fim de abril—patamar tido como adequado pelo NOS — não haverá racionamento. 

Anteontem, os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste fecharam o dia no mesmo patamar do dia anterior, na casa dos 35%, interrompendo uma série de quedas provocada pela estiagem prolongada. Em seu boletim diário de operação, o ONS informa que duas novas unidades foram disponibilizadas para o sistema na quarta-feira — a nova turbina de Jirau e a segunda unidade geradora da usina termelétrica do Parnaíba, no Maranhão. 

Juntas, as duas representam um acréscimo de 82,4 MW ao sistema elétrico. Enquanto o resto do país passa por dificuldades no abastecimento de água, municípios de Rondônia e do Acre estão em estado de emergência por causa da cheia no Rio Madeira — onde estão as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio — que está quase 18 metros acima do nível normal, o maior patamar já registrado. A enchente já deixou cerca de mil desabrigados e dificulta a ligação do Acre como resto do país. 

De acordo como governo do estado, a situação está sob controle e, no momento, não há necessidade de decretar estado de calamidade pública. O governo informa que uma das prioridades é manter o tráfego de caminhões na BR-364 para o abastecimento do estado do Acre. Em alguns trechos, onde a lâmina d"água já ultrapassou 45 centímetros sobre a rodovia, a Polícia Rodoviária Federal interrompeu o tráfego para veículos pequenos. 

Por outro lado, em São Paulo, o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira, que abastece metade da região metropolitana de São Paulo, caiu ontem para 17,9% de sua capacidade de armazenamento, segundo dados da empresa de águas e saneamento, Sabesp. A média histórica de chuvas no sistema para fevereiro, segundo a Sabesp, é de 202,6 milímetros, mas o nível acumulado no mês até ontem estava em 48,7 milímetros. Várias cidades do interior paulista já adotaram terem medidas de economia, mas o governador Geraldo Alckmin, descartou a possibilidade de racionamento de água. (Brasil Econômico)
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