sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Novo cenário favorece controladoras de térmicas e as geradoras Cesp e Cemig

A forte elevação do preço da energia elétrica no mercado à vista faz, novamente, vencedores e perdedores, como ocorreu no ano passado. No time das empresas que saem ganhando com a elevação dos preços spot estão as geradoras que possuem energia descontratada em carteira, como a Cesp e a Cemig, assim como as empresas que controlam usinas térmicas, como a Tractebel.

A Cemig e Cesp não aceitaram renovar a concessões de algumas de suas hidrelétricas, que serão devolvidas até 2015 para a União. Por isso, ambas possuem um maior volume de energia disponível, que não pôde ser vendida em contratos de longo prazo.

Na quinta-feira, as ações reagiram às notícias de que o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) será fixado hoje em R$ 822 por MWh, atingindo o teto permitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o maior valor de sua série histórica. A Cesp liderou as altas do índice de referência da bolsa, o Ibovespa. O papel preferencial classe B (PNB, sem direito a voto) da estatal paulista avançou 4,36%, para R$ 22,75. As ações preferenciais da Cemig subiram,1,87%, para R$ 13,60, na terceira maior valorização do Ibovespa.

Na ponta oposta, a Energias do Brasil, subsidiária da EDP, amargou a pior queda do Ibovespa, com recuo de 5,03%, a R$ 9,25. Segundo um analista, a companhia é a mais prejudicada pelo cenário de estiagem, já que precisa recorrer ao mercado spot para atender contratos firmados pela usina de Pecém, cujo cronograma de implantação está atrasado.

Entre os perdedores também estão as distribuidoras de energia, que terão de carregar um custo ainda maior de aquisição do megawatt-hora em seus balanços. As distribuidoras passaram a ficar descontratadas desde o ano passado e precisam liquidar todos os meses essas posições descobertas no mercado de curto prazo, pelo PLD. Estima-se que as distribuidoras acumulem uma exposição involuntária ao mercado de curto prazo em torno de 4 mil MW.

No ano passado, o governo optou por subsidiar a aquisição de energia pelas distribuidoras no mercado de curto prazo e as despesas com a geração térmica, impedindo assim que esses custos fossem repassados às tarifas. A conta custou mais de R$ 9 bilhões em 2013 aos cofres públicos. (Valor Econômico)
Leia também:
Falta de chuva leva o preço da energia a pico histórico
Eletropaulo vence primeiro round contra Aneel na Justiça
BNDES amplia prazo de nacionalização para aerogeradores
Senado estuda subsídio da CDE para tarifas de universidades públicas