quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Leilão específico para energia de fonte solar pode ser realizado até 2017

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estuda realizar, até 2017, um leilão exclusivo para compra de energia gerada a partir de fonte solar. Para o quadriênio de 2014 a 2017, a EPE projeta a instalação de 2.000 megawatts (MW) de capacidade de geração solar, o que representaria investimentos de R$ 10 bilhões. Para o período, a estimativa é de que sejam investidos R$ 102,4 bilhões em geração no Brasil (incluindo a solar), com acréscimo de 27.575 MW de capacidade instalada. “Já estamos considerando que, ou a energia solar vai ser competitiva nesse horizonte, ou vai haver um leilão específico. 

Não está descartado”, diz Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, ressaltando que o leilão exclusivo para a fonte solar ainda não está decidido. Somados, os investimentos em geração e transmissão alcançam o patamar de R$ 123,4 bilhões entre este ano e 2017, segundo estimativa da Empresa de Pesquisa Energética. No segmento de geração hidrelétrica, a previsão é de que sejam leiloados 12.165 MW no quadriênio. Se tudo correr conforme o planejado, em 2014 serão oferecidas as usinas de Itaocara (145 MW), Davinópolis (74 MW), Telêmaco Barbosa (109 MW) e São Luiz do Tapajós (6.133 MW), embora Tolmasquim admita que “será um grande desafio leiloar até o fim do ano” este último empreendimento. 

A documentação relacionada à usina de São Luiz do Tapajós — hidrelétrica a cargo de um consórcio liderado pela Eletrobras — já foi encaminhada ao Ibama. Em 2015, a expectativa é de que sejam leiloados outros 525 MW em empreendimentos hidrelétricos, num total de cinco usinas. O esforço para diversificar a matriz energética brasileira implicará — de acordo com os cálculos da EPE — na entrada de 13.810 MW de capacidade instalada proveniente de fontes alternativas (eólica, solar, bioeletricidade e pequenas centrais hidrelétricas) até o fim de 2017. 

Os investimentos totais para tirar esses empreendimentos do papel chegam a R$ 55 bilhões no quadriênio. Já o parque brasileiro de geração térmica deverá ganhar mais 1.600 MW no período de 2014 a 2017. “Podem ser térmicas a gás ou a carvão. Vai depender dos custos, do que vai estar disponível”, adianta Tolmasquim. Com relação aos investimentos em transmissão, o presidente da EPE considera “conservadores” os números projetados pela empresa para os próximos anos — a estimativa é de que até 2017 sejam leiloados 19.658 quilômetros de linhas.

“Acho que vai ser mais, porque só para 2014 estão indicados para serem leiloados 13.321 quilômetros”, argumenta. Em 2013, foram instalados 9.875 quilômetros de novas linhas de transmissão. “Botávamos quatro mil quilômetros por ano”, lembra Tolmasquim, acrescentando que o país conta hoje com aproximadamente 110 mil quilômetros de linhas de transmissão. O investimento total estimado para o setor de transmissão entre 2014 e 2017 é de R$ 21 bilhões, montante que inclui, além da rede, os gastos na implantação de subestações. (Brasil Econômico)
Leia também:
Governo busca saída para caixa da Eletrobrás
Gasto para segurar tarifas foi a R$ 22,6 bi em 2013
Eletrobras terá de devolver R$ 2 bi para o fundo RGR
Planejamento duvidoso da energia térmica
Aneel mais rígida com as falhas das concessionárias