quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Elétricas mostram diagnóstico a Lobão e pedem solução equilibrada

Representantes de 17 grupos empresariais, que congregam 41 distribuidoras, reuniram-se na terça-feira (21/01) com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, capitaneados pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). O encontro teve como objetivo discutir soluções para as empresas, parcialmente descontratadas e afetadas pelo alto custo da energia elétrica no mercado spot. Segundo o presidente da Abradee, Nelson Leite, o encontro serviu para apresentar ao MME a situação das empresas e as medidas que podem ser adotadas para que o consumidor não arque com o prejuízo.

“Nós temos que pesar todos esses impactos de efeito no caixa das distribuidoras para que elas consigam honrar com os compromissos e fazer os investimentos e as melhorias necessárias no sistema, exigido pelos consumidores. E ao mesmo tempo, não pesar demais para os consumidores. A solução a ser dada tem que ser equilibrada”, explicou o presidente da Abradee.Estimativas da associação, divulgadas em dezembro, estimavam o rombo do setor em mais de R$13 bilhões.

Ainda de acordo com Nelson Leite, as alternativas apresentadas são embrionárias. O presidente afirmou que haveria um conjunto de medidas que poderiam ser adotadas, mas que ainda não podem ser antecipadas, já que estão em processo de maturação junto ao governo. Todavia, os repasses da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) ainda parece ser a melhor das soluções. “Nós fizemos uma exposição da situação do setor, mas não tem nada conclusivo. Essa (ajuda da CDE) é uma das alternativas possíveis, mas que ainda não está batido o martelo”, ressaltou.

A associação apresentou um diagnóstico ao ministro mostrando que as medidas adotadas em 2013, dentre eles o aporte de recursos pela CDE, evitou um custo extra para as distribuidoras da mesma ordem do Ebtida do setor, o que foi fundamental para conter o prejuízo das concessionárias e evitar o repasse ao consumidor. “Se aquelas medidas não tivessem sido tomadas, em março de 2013, nos teríamos uma dificuldade muito grande para honrar os compromissos, teríamos tido uma inadimplência generalizada e um comprometimento do investimento do setor”.

Por fim, o presidente da Abradee fez questão de ressaltar que o ministro está disposto a conversar e encontrar a melhor alternativa. “Existe uma boa vontade do MME em relação ao setor de energia elétrica em buscar uma solução que equilibre os interesses das distribuidoras, do governo e dos consumidores, essa busca do entendimento para que seja equilibrada para todas as partes é o mais importante”, finalizou. (Jornal da Energia)
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