sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Consumo total de eletricidade crescerá 52% em 10 anos

Dados do estudo "Projeção da demanda de energia elétrica para os próximos 10 anos (2014-2023)", publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) nesta quinta-feira (23/01), apontam que o consumo total de eletricidade (incluindo a autoprodução) em 2023 deverá ser 782 TWh, o que representa 52% a mais que o consumo de 2013, que foi de 514 TWh.


A publicação, que será utilizado na elaboração Plano Decenal de expansão de Energia (PDE) e no Plano Nacional de Energia de Longo Prazo (PNE), mostra ainda que o consumo comercial continuará ganhando participação no consumo total na rede. O desenvolvimento da economia nacional e a melhor distribuição de renda, aliados ao potencial turístico do País, contribuirão para o crescimento acelerado do consumo no setor.

Já o setor industrial perderá participação no período 2013-2023. A autoprodução aumentará a um ritmo de 6,0% ao ano, fazendo com que o consumo industrial total de eletricidade cresça, em média, a 4,0% ao ano.

Ainda de acordo com o estudo, o setor residencial manterá a sua importância. A evolução do consumo residencial de eletricidade no Brasil, com expansão média anual de 4,3% no período 2013-2023, pode ser vista como o efeito combinado de um crescimento médio de 2,1% ao ano tanto do número de consumidores, quanto do consumo por consumidor residencial, que em 2023, deverá ser em torno de 202 kWh/mês.

A elasticidade-renda do consumo de eletricidade (razão entre o aumento do consumo de eletricidade e o crescimento da atividade econômica) registrou-se queda ao longo do tempo. Entre 2013 e 2018, a elasticidade é igual à 1,10 para um crescimento do PIB de 4,1% ao ano em média. E no segundo período (de 2018-2023), a elasticidade será de 0,90. Dessa forma, a intensidade elétrica da economia aumenta ligeiramente nos primeiros cinco anos, mas depois decai, resultando no período de 2013-2023 em 1,00; ou seja, praticamente igual ao valor inicial de 2013.

Com relação ao crescimento do consumo de energia por subsistema, a maior alta deverá ser no Norte, de 5,9% anuais no período, sobretudo por efeito das interligações do sistema Macapá, a partir de julho de 2014, e do sistema Boavista, a partir de abril de 2016. Desconsiderando-se as interligações, o crescimento médio anual do consumo no subsistema Norte seria de 4,2% ao ano no período 2013-2023. Já o subsistema Nordeste será de 4,3% a.a. Praticamente na média dos subsistemas Sudeste/Centro Oeste (que será de 4% a.a.) e Sul (de 3,9%a.a.).

As informações sobre as projeções da demanda e cenários macroeconômicos entre 2014 e 2023 estão disponíveis no site da EPE, na série “Estudos de Energia”. (Jornal da Energia)