terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Leilão define futuro de distribuidoras de energia

O fim do vencimento de contratos de fornecimento de energia ao término deste ano pode provocar uma elevação bilionária nos custos das distribuidoras de energia, segundo a agência de classificação de risco Moody"s. Na visão da agência de classificação de riscos, a exposição das empresas ao mercado de curto prazo pode variar entre 2 mil e 4 mil megawatts (MW), o que resultaria em um custo total entre R$ 4,2 bilhões e R$ 5,2 bilhões. O valor é calculado com base em um preço médio estimado no mercado de curto prazo de R$ 230 o MWh.

"Com 4 mil MW em contratos de fornecimento de energia expirando antes do fim do mês, as empresas de distribuição no Brasil podem ter de comprar muito mais eletricidade no mercado de curto prazo, onde os preços estão elevados atualmente", destacou a agência. O material foi divulgado ontem, às vésperas do leilão de energia, que será realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O leilão vai contratar o volume de energia descontratado das distribuidoras a partir de 2014. O governo vai oferecer contratos com três prazos distintos: um ano (janeiro a dezeim ; bro de 2014), compreço-teto de R$ 192 o MWh; um ano e meio (janeiro de 2014 a junho de 2015), com preço-teto de R$ 166; e três anos (janeiro de 2014 ; a dezembro de 2016), com preço-teto de R$ 150 o MWh.

Para as distribuidoras, o sucesso desse leilão é vital para que as empresas não entrem 2014 novamente com o caixa pressionado pela compra de energia. Ao final deste ano, os contratos de 4 mil MW médios assinados pelas distribuidoras em 2004 vão expirar, elevando para 6 mil MW médios o nível de descontratação das empresas. Se a licitação não atender à demanda, essas concessionárias terão de comprar energia pelo preço do mercado de curto prazo, mais caro e que dependem das oscilações dos níveis de reservatório.

A Moody"s prevê que os preços de curto prazo sejam "relativamente altos"" em 2014, devido aos níveis mais baixos dos reservatórios e à expectativa de que o Operador Nacional do Sistema (ONS) continue a despachar termoelétricas, cuja energia é mais cara. "Isso poderia levar geradoras a vender eletricidade no mercado de curto prazo para se beneficiarem de preços mais altos, à custa das distribuidoras"", destacou a agência. (O Estado de S. Paulo)
Leia também:
Geração solar ainda engatinha
Eletrobras briga com a União por R$ 12 bilhões
Eletrobras e State Grid se unem por Belo Monte
Corte na tarifa de luz é comprometido por quatro Estados
TCU pede para Aneel rever WACC e custo ambiental do linhão de Belo Monte