terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Eletrobras busca R$ 4,9 bilhões em bancos estatais para financiar projetos

A Eletrobras está negociando com bancos estatais a captação de R$ 4,9 bilhões, com garantia da União, que tem classificação melhor e, por isso, a expectativa é conseguir taxas mais baixas. A informação é do diretor de Financeiro e de Relações com os Investidores, Armando Casado. Segundo ele, o financiamento será nos moldes do que foi feito para as obras de construção da Usina Nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, no litoral sul fluminense. Casado espera que o acerto para o financiamento possa ser fechado até o fim deste semestre. "Será emissão de títulos ou de debêntures da espécie com garantia da União e não pública", disse.


O financiamento faz parte do plano de investimentos da Eletrobras para o período entre 2013 e 2017, que prevê a soma de R$ 52 bilhões. O diretor informou que, desse total, R$ 32,1 bilhões já estão contratados com as obras em curso, sendo que R$ 12 bilhões se referem à Angra 3, considerada o maior projeto da empresa, com R$ 6,1 bilhões de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 3,8 bilhões da Caixa Econômica Federal, além de US$ 500 milhões do Banco Mundial (Bird) para melhorias nas distribuidoras.

A Eletrobras também está preparando o Programa de Incentivo ao Desligamento (PID), que para o presidente da empresa, José da Costa, deve ser concluído ainda este mês. "Julgamos que em abril a gente conclui tudo e lança", informou completando que a diretoria teve uma reunião com integrantes do Ministério do Planejamento para analisar o andamento do programa.

Na avaliação de José Costa, dos 27 mil funcionários da empresa, 9 mil têm condições de pedir para entrar no PID. Desse total, pelos cálculos da Eletrobras, entre 4 mil a 5 mil devem fazer adesão ao programa.

A expectativa do presidente é que as pessoas com mais tempo de serviço peçam o desligamento. Algumas, segundo ele, já estão aposentados pelo INSS. Costa informou que esses funcionários têm salário em torno de 50% acima da média salarial da empresa. Para ele, a Eletrobras terá uma redução de gastos com a folha de pagamento próxima de 30%.

A aplicação do PID vai interfefir também nos gastos de custeio (material, serviços e outras despesas, entre elas aluguel, publicidade e promoções). "O custeio deve ter redução na média de cerca de 30% em três anos. Essa redução vai ser gradativa. Este ano vamos ter muito dos gastos e pouco dos benefícios, por isso a gente imagina que no terceiro ano é que vamos ter o benefício pleno", explicou.

Costa informou que esse total é o limite que a empresa tem para poder manter a qualidade dos serviços prestados. "Nós vamos aumentar o sistema elétrico substancialmente nos próximos anos. Quando se avalia o efeito unitário o efeito é bem maior. Então é um compromisso entre o que é possível sem prejudicar a qualidade do serviço. Nesse período, mesmo fazendo a redução, nós pretendemos melhorar ainda mais o nosso desempenho operacional. Obtivemos um bom resultado e pretendemos continuar melhorando o nosso desempenho operacional", ressaltou. (Agência Brasil)
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