sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Lobão descarta mudanças em leilão para dar competitividade a fontes térmicas

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, descartou nesta quinta-feira, 7 de novembro, a implementação de mudanças na metodologia dos leilões para atribuir mais competitividade às fontes que tem apresentado dificuldades em fechar contratos como as térmicas. Segundo ele, a fonte mais barata é a que tem que vencer no sistema de competição que existe hoje. "Ainda bem que a eólica é a mais barata, a preferência é de que vença os leilões a energia mais barata para o povo brasileiro", disse ele após a inauguração do Complexo Termelétrico Parnaíba, da Eneva, que é um projeto a gás natural que terá 1.425 MW de capacidade instalada até o final do primeiro semestre de 2014.

Em seu discurso, o ministro exaltou a existência de gás natural na região e até mesmo o shale gas, ou gás não convencional. Ele afirmou que as prospecções feitas pelo governo apontam a existência dessa fonte em toda a região. E lembrou ainda que a expectativa é de que novos blocos dessa modalidade de energético apresente interessados na 12ª rodada de licitações da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que está prevista para ocorrer em 28 e 29 de novembro, no Rio de Janeiro.

No evento, realizado no município de Santo Antônio dos Lopes (a 300 km da capital São Luís - região dos Cocais no Maranhão), todas as autoridades também lembraram que a área começou a ser explorada em 2007 pelo empresário Roberto Vianna, da Petra Energia, de quem a OGX adquiriu o bloco. Contudo, apesar dessa relação, Lobão apenas disse que o governo está acompanhando os desdobramentos da situação da petroleira do empresário e que lamenta a situação em que a companhia se encontra, em recuperação judicial. Alheio a essa situação a Eneva iniciou a operação do Complexo do Parnaíba, oficialmente, já que as centrais já estão fornecendo energia ao SIN desde o final de outubro, quando a UTE Parnaíba III obteve a declaração de comercialidade da Aneel. 

O complexo, que promete ser um dos maiores na modalidade de geração de energia a gás natural no país, tem autorização de até 3.722 MW de capacidade instalada. Atualmente, a meta da empresa é de colocar em operação quatro usinas. Essa atual fase de investimentos deverá ser terminada até o final do primeiro semestre de 2014. A previsão de investimento total no projeto integrado é de R$ 4,2 bilhões, sendo R$ 3 bilhões por parte da Eneva nas usinas e o restante no campo de exploração de gás natural que fica a cerca de cinco quilômetros das usinas. As usinas que estão em operação somam 845 MW de capacidade instalada.

De acordo com o diretor presidente da Eneva, Eduardo Karrer, os campos de gás em que a empresa tem sociedade e que era da OGX Maranhão deverão produzir cerca de 8,4 milhões de metros cúbicos de gás natural até meados de 2014. Esse volume, disse ele, será o suficiente para atender a demanda do Complexo Parnaíba e até mesmo de outras empresas da região. Quando o complexo ficar pronto, representará mais da metade da capacidade instalada da companhia no Brasil. (Canal Energia)
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