terça-feira, 2 de julho de 2013

BNDES vai financiar o capital de giro da Eletrobras

O BNDES vai bancar as despesas correntes do dia a dia da Eletrobrás ao longo deste ano. Em­bora tenha, como função principal estimular investimentos, banco de fomento vai financiar a estatal de energia em R$ 2,5 bilhões por meio de Cédula de Crédito Bancário. Essa cédula é um título que eqüivale a uma promessa de pagamento em dinheiro. 

Despacho do ministro da Fazenda, Guido Mantega, publicado ontem no Diário Oficial da União, informa o valor do finan­ciamento. A operação foi revela­da porque o governo teve de ga­rantir o contrato e publicá-lo pa­ra autorizar a garantia. O Banco do Brasil BB)é o intermediário da operação, 

A operação de financiamento de capital de giro à Eletrobras ocorre no momento em que o Tesouro Nacional emitiu R$ 15 bilhões de títulos em favor do BNDES para aumentar o capital.A autorização para a emissão dos títulos também foi publicada no Diário Oficial on­tem. Em abril, a estatal infor­mou que esperava encerrar o se­mestre com financiamentos de 11$ 4,9 bilhões com bancos esta­tais, entre eles a Caixa e o BNDES, para viabilizar o pacote de investimentos já em curso. 

A Êletrobrás foi a empresa mais afetada pelo pacote de re­novação das concessões de energia elétrica lançado pelo go~ verno em setembro para viabili­zar o corte na conta de luz. Além de receber uma indeniza- cão muito inferior à esperada pelos executivos, a companhia passou a sofrer com uma queda expressiva nas receitas de gera­ção e transmissão. 

Rombo. Já sob o impacto na legislação, a Eletrobras regis­trou um rombo de R$ "6,8 bi­lhões em 2012 e um prejuízo de R$ 35,8 milhões no primeiro tri­mestre deste ano. Para tentar se manter de pé, a estatal botou em curso um ambicioso plano de reestruturação, que pretende reduzir em 30% as despesas do grupo até 2015. 

Além do corte de patrocínios e publicidade, a companhia deu início a um plano de demissão voluntária e avalia se desfazer do controle de distribuidoras de energia. Para piorar o cená­rio, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s revisou no começo de junho a perspectiva da nota de crédito da Eletro- brás, que passou de estável para negativa. 

Desde março de 2011, o Con­selho Monetário Nacional (CMN) ampliou o limite de empréstimos que podem ser contratados pelo Grupo Eletrobrás com o BNDES. 

Na sexta-feira passada, o CMN estendeu aos bancos de desenvolvimento titulares da conta reserva bancária acesso à linha de liquidez intradia e de um dia útil do Banco Central. Essas operações se caracteri­zam pela venda, com compro­misso de recompra, de títulos públicos federais de proprieda­de da instituição tomadora dos recursos. 

Segundo o BC, a permissão foi solicitada pelo BNDES, por­que esse tratamento iguala o banco de fomento às demais insitituições financeiras.o Ministério da Fazenda não explicou as razões da aprova­ção desse voto do CMN e nem a i garantia dada ao BNDES. Procurada, a Êletrobrás também não se manifestou sobre o empréstimo para capital de giro. (O Estado de S. Paulo)
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