terça-feira, 14 de maio de 2013

GDF Suez vende fatia de 20% na usina de Jirau para a japonesa Mitsui

A empresa franco-belga GDF Suez vendeu participação de 20% na usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO), para a japonesa Mitsui, por R$ 1,14 bilhão. A transação foi baseada em um valor patri­monial de R$ 5,7 bilhões refe­rente a 100% do projeto (€ 2,2 bilhões) em 31 de dezembro de 2012. O ingresso da japonesa Mitsui no projeto de Jirau reduz o , risco da Tractebel (geradora de energia controlada pela GDF Suez) quando vier a comprar os 40% restantes no projeto, ava­liou o analista do Credít Suisse, Vinicius Canheu, em comentário distribuído aos clientes. 

"Depois da transação com a Mitsui, o tamanho total da ope­ração para a Tractebel se tornou muito menor.-Então, a percepção de redução do risco po­de se consolidar”, afirmou. Durante o segundo semestre de 2012, a GDF havia aumentado sua participação em Jirau, de 50,1/6 para 60% por meio da aquisição de uma participação adicional de 9,9% da Camargo Corrêa. Mesmo após o fecha­mento do negócio, GDF Suez continuará sendo a maior acionista no projeto, com 40% da participação, considerando que Chesfe Eletrosul, subsidiárias da Eletrobrás, mantêm uma fatia de 20% cada uma, a mesma participação da Mitsui. 

Canheu disse que a compra da participação da GDF em Ji­rau tem sido vista pelo mercado até então como o grande risco; para o papel da geradora. Antes cie o negócio ser anunciado, o mercado trabalhava com a hipótese de que a Tractebel iria ad­quirir os 60% de participação que até então eram detidos pela multinacional francesa. 

Investidores como analistas te­miam que a companhia pagasse um valor excessivo pela fatia acionária e que isso reduzisse o nível de distribuição de dividen­dos. Dc acordo com o analista, os receios agora tendem a dimi­nuir. “Acreditamos que haverá ,uma leitura positiva para a Trac- tebeP\ disse. 

Menos riscos* Diferentemente de outras elétricas, a Tractebel não participa diretamente dos leilões de energia nova quando se trata da disputa pela conces­são de novas hidrelétricas. Quem assume esse papel é a GDF Suez, e essa estratégia tem como objetivo evitar que o risc dos empreendimentos contam nem os resultados e o desempe nho das ações da Tractebel Quando os riscos de constru ção das usinas, estão pratica­mente mitigados,- a GDF Suez vende a sua participação acioná­ria para a controlada no Brasil Esse modelo sempre desagra­dou os demais acionistas da "Tractebel por conta do poten­cial conflito de interesse envol­vendo as operações. A previsão mais recente da GDF Suez é de que a primeira turbina da hidre­létrica entre em operação até o fim de junho. Atualmente, a Tractebel detém R$ 500 mi­lhões reservados no caixa para fazer frente à compra da participação em Jirau. 

A hidrelétrica Jirau tem. uma capacidade de 3,75 mil MW com energia assegurada de 2,185 mil MW médios. O proje­to foi conquistado no leilão de energia nova realizado em e tinha a previsão contra­tual para entrar em operação em janeiro de 2013, Original­mente, a intenção era iniciar a geração de energia do projeto cm meados de 2012, mas uma seqüência de greves e os atrasos na construção nas linhas de transmissão fizeram o cronograma ser estendido. 

Tractebel é hoje a empresa mais valiosa do setor 
A Tractebel é hoje a empresa mais valiosa do setor de energia a bolsa brasileira» Â empresa (controlada pelo maior grupo de energia do mundo, a GDF Suez está avaliada em R$ 23f5 bilhões, à frente de companhias como CPFL, Cemig e Eletrobrás, que até o fim do ano passado lidera­vam esse ranking. A crise que atingiu o setor de energia no ano passado, por conta da medida provisória que previa a renovação antecipada das concessões que vencem entre 2015 e 2037e não afetou a geradora. Os contratos de concessão das 22 usinas da Tractebel só vencem a partir de 2028» Hoje, sem Jirau, a empresa tem uma capacidade instalada de 896W (metade da potência produzida pela usina de Itaipu) (O Estado de S. Paulo)

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