terça-feira, 5 de março de 2013

Geradoras temem mudanças no cálculo do preço da energia elétrica

Uma possível mudança no cálculo do Preço da Liquidação das Diferenças (PLD), ou o preço da energia elétrica no mercado disponível, preocupa as geradoras de energia. Segundo o presidente da Associação dos Produtores Independentes de Energia (Apine), Luiz Fernando Vianna, uma alteração na fórmula do PLD deveria ser feita com calma e não às pressas, para resolver os problemas com o acionamento das termelétricas. O despacho das usinas térmicas já custaram ao país mais de R$ 2 bilhões desde o fim do ano passado. 

"A nova metodologia [do PLD] precisaria ser testada antes", diz Vianna, para quem a nova fórmula só deveria entrar em vigor em janeiro de 2014. O executivo reuniu-se hoje em Brasília com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann. 

Já existe uma proposta, atualmente em discussão pelos técnicos do MME, para que a metodologia do PLD seja modificada para incluir o despacho de termelétricas fora da ordem de mérito de custo. Hoje, isso não acontece. Esse despacho é cobrado por meio do Encargo de Serviços do Sistema (ESS), que supostamente teria de ser pago mensalmente pelas distribuidoras %4 o governo estuda uma maneira de amenizar esse pagamento. Mais tarde, o ESS teria de ser repassado para os consumidores finais, por meio de um reajuste na conta de luz, o que o governo tenta evitar, para não pressionar a inflação. 

Segundo o presidente da Apine, além da preocupação em torno de uma eventual mudança do PLD, a entidade também disse ao representante do governo ser contrária a um possível rateio do ESS. A Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), que reúne indústrias, defende a ideia de que os geradores também comecem a pagar pelo ESS. 

BNDES projeta investimentos de R$ 3,8 trilhões no país até 2016 
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) projeta que os investimentos no país totalizarão R$ 3,807 trilhões no quadriênio 2013-2016. As estimativas consideram pesquisa que cobre os setores responsáveis por 57% dos investimentos no Brasil e em projeções econométricas de especialistas que englobam os 43% restantes.Os dados divulgados pelo BNDES apontam para uma alta de 29% na comparação com o quadriênio 2008-2011, quando foram investidos R$ 2,951 trilhões. As estimativas do banco de fomento mostram que a indústria deve contribuir com R$ 1 trilhão, 22% a mais que os R$ 847 bilhões do período 2008-2011. Desse total, o setor de petróleo e gás deve, pelas estimativas, atingir R$ 405 bilhões, 46,8% a mais que os R$ 276 bilhões do quadriênio 2008-2011. 

A infraestrutura deverá ficar com R$ 489 bilhões 36,2% a mais que os R$ 359 bilhões do período 2008-2011, com destaque para os R$ 166 bilhões da energia elétrica, que deverá mostrar um crescimento de R$ 3,6% frente aos R$ 160 bilhões do quadriênio 2008-2011. "Os principais destaques em infraestrutura estão ligados à logística e fazem parte dos esforços do governo para ampliar a competitividade da economia brasileira. Nesse sentido, os investimentos em logística (rodovias, ferrovias, portos e aeroportos) devem passar de R$ 80 bilhões para R$ 179 bilhões, um aumento de 124%, na comparação 2008-2011 e 2013-2016", diz a nota divulgada pelo BNDES. A projeção do banco aponta para investimentos de R$ 69 bilhões em rodovias, R$ 77 bilhões em ferrovias, R$ 24 bilhões em portos e R$ 9 bilhões em aeroportos. (Valor Online)

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