quarta-feira, 27 de março de 2013

Copel, Cesp e Tractebel saem ganhando

A Copel, do Paraná, a Cesp, de São Paulo, e a Tractebel estão entre as geradoras que mais vão ganhar com a venda de grandes volumes de energia em janeiro, quando os preços dispararam e superaram a marca de R$ 400 por MWh, preveem os analistas. Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu não anular as posições de compra e venda na Câmara de Comercialização de Energia (CCEE), como queria a Eletrobras, que deve amargar sozinha com um prejuízo estimado em R$ 600 milhões no primeiro mês do ano. 

Ontem, as ações da Eletrobras PNB caíram 3,8%, para R$ 11,06. Na outra ponta, as ações da Copel fecharam em alta de 5,6%, a R$ 29,55. Os papéis da Cesp PNB avançaram 3,8% e encerraram a R$ 20,29. A Tractebel subiu menos, 0,6%, para R$ 34,07. Como as ações da geradora já vinham apresentando um desempenho melhor, não estavam tão baratas como, por exemplo, as da Copel, afirma Márcio Loureiro, da Votorantim Corretora. 

"Todas as geradoras vão ganhar com a decisão da Aneel, com exceção da Eletrobras. O mercado refletiu basicamente isso", diz o analista. Na avaliação de Vladimir Pinto, do banco Bradesco, a Cemig e a Energias do Brasil também serão favorecidas, além da Copel, Cesp e Tractebel. 

O fato de a agência reguladora não ter alterado as regras para a liquidação dos contratos na CCEE foi elogiada pelo presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia (Apine), Luiz Fernando Vianna, e por executivos das comercializadoras. "A Aneel deu um sinal de estabilidade regulatória", disse Vianna. 

Segundo Christopher Vlavianos, da comercializadora Comerc, as geradoras iriam entrar na Justiça se a Aneel alterasse as regras retroativamente. "Havia um risco de judicialização, que seria muito prejudicial para o setor". 

Para Vianna, é cedo ainda para declarar quais serão os vencedores e perdedores. Isso só será possível no fim do ano, já que a alocação de energia é feita mês a mês pelas geradoras. Quem ganhou em janeiro (por ter vendido um volume maior) pode ficar sem energia e precisar comprá-la por um preço igualmente elevado no futuro. 

Regina Pimental, da comercializadora Trade Energy, diz não acreditar numa possível escassez na oferta de energia nos próximos meses. "Não vai faltar garantia física". No entanto, é provável, que os preços no mercado spot continuem elevados ao longo de todo o ano, afirma Vlavianos. (Valor Econômico)

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