terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Aneel deve aprovar corte de tarifas de energia neste mês

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve aprovar ainda este mês a revisão tarifá­ria extraordinária das distribui­doras de eletricidade. As novas tarifas, que devem começar a va­ler no dia 5 de fevereiro, vão in­corporar na conta de luz o des­conto obtido pela renovação an­tecipada de parte das conces­sões de geração e transmissão do setor elétrico e pela redução de encargos que será bancada pelo Tesouro Nacional. 

Segundo o diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, os cálcu­los sobre a divisão de cotas da energia das concessões renova­das de geração já estão prontos, mas serão aprovados junto com a revisão das distribuidoras. 

A única pendência é a quanti­dade de recursos adicionais que o Tesouro terá de aportar ao pa­cote para se chegar ao desconto médio de 20,2% prometido pela presidente Dilma Rousseff, mes­mo com a não adesão de impor­tantes companhias de geração ao pacote. Sem Cesp, Cemig e Copei, o corte nas tarifas alcan­çado pelas medidas foi de ape­nas 16,7%. "Falta ainda o Tesou­ro informar o tamanho do apor­te", afirmou Hubner. 

No fim de dezembro, o secre­tário do Tesouro, Arno Augustin, disse que os R$ 4 bilhões pa­gos anualmente por Itaipu ao go­verno serão usados para cobrir essa diferença de 3,5 pontos por­centuais. Pela proposta origi­nal, o Tesouro contribuiria anualmente com R$ 3,3 bilhões para compensar a redução de encargos, que agora será ampliada. 

Térmicas. A diretoria da Aneel aprovou ontem a autorização para o Operador Nacional do Siste­ma Elétrico (ONS) contratar, temporariamente, o sistema de transmissão de energia proveniente da usina térmica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. No fim de dezembro, a usina ti­nha recebido a autorização do Ministério de Minas e Energia para ser reativada. 

Devido ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, o governo tem utilizado a energia das usinas térmicas para garan­tir o abastecimento de eletrici­dade. Na semana passada, o mi­nistro de Minas e Energia, Edison Lobão, reconheceu que o custo mais elevado dessa energia acabará pesando no bolso dos consumidores, mas a Aneel iniciou estudos para ratear esse gasto entre todos os agentes do setor elétrico, aliviando o impac­to nas contas de luz. 

Apesar disso, a partir de janei­ro de 2014, sempre que as barra­gens estiverem abaixo do nível ideal, os consumidores terão de pagar um adicional para cada 100 quilowatt-hora (kWh) utilizado por mês. Uma medida apro­vada em novembro de 2011 criou um sistema de "bandeiras tarifárias" que indicará nas con­tas de luz a situação dos reserva­tórios de água das usinas. (O Estado S. Paulo)
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