quarta-feira, 13 de junho de 2012

Fiesp e Firjan pedem mais hidrelétricas na Amazônia

Os presidentes da federações das indústrias de São Paulo (Fiesp) e do Rio (Firjan), Paulo Skaf e Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, lançaram hoje um documento em que defende a implantação da energia hidrelétrica como principal matriz energética não só do Brasil, mas para o mundo. Skaf e Gouveia Vieira acreditam que o mundo deve aproveitar melhor esta fonte renovável. Segundo pesquisa realizada em conjunto com a hidrelétrica emite menos que qualquer outra fonte; 6 quilos de CO2, contra 13 quilos da eólica e 45 quilos da solar.

Ao lançar o documento "A Desigualdade é Insustentável", na Humanidade 2012, fórum das duas entidades no Forte Copacabana, em paralelo à Rio+20, os dois disseram defender a fonte, mesmo que para isso seja necessário construir mais usinas elétricas na região amazônica. "Defendemos a energia limpa e barata, e hidrelétrica, sem dúvida, é a mais barata de todas", disse Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, da Firjan. "A Amazônia é uma região cheia de lagos, a água sobe e a água desce todos os anos, ou seja, um lago a mais, um lago a menos, não faz diferença", disse Paulo Skaf, da Fiesp.

Grupos ambientalistas, porém, contestam a sustentabilidade de construir mais hidrelétricas na região amazônica.

Os dois presidentes das federações, que reúnem 72% das indústrias brasileiras, assinaram ontem uma série de recomendações que serão entregues à presidência da República para ser encaminhada aos participantes da cúpula reunidos no Riocentro nos dias 20, 21 e 22 de junho. O documento fala em preservar a floresta e a biodiversidade. A área total de florestas remanescentes no mundo é estimada em 4 bilhões de hectares, 36% da área total do planeta, 0,6 hectare de floresta. " Mata Atlântica é um exemplo de que é possível recuperar o bioma", diz o diretor técnico da Firjan, Carlos Cavalcanti.

Os empresários também defendem a produção mais limpa, com redução da emissão na indústria nacional. Skaf afirmou que a emissão equivalente de CO2 da indústria nacional é de apenas 4% (dados de 2005). Mas admite que, em volume,a indústria nacional vem emitindo cada vez mais em função do ritmo de crescimento da economia nos últimos dez anos. "Mas o importante é estabelecermos redução de metas proporcionalmente. Se a cada tonelada de aço, de ferro, de qualquer coisa, tivermos uma emissão menor, isto é o importante", afirmou.

O documento pede que sejam cumpridas as metas do Milênio, que se produza alimentos com maior produtividade, sem aumentar a área de produção, que sejam transferidas tecnologias para países em desenvolvimento, e que não sejam implementadas novas barreiras econômicas fora do âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC), entre outros itens. (Valor Econômico)
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