segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Pinga-Fogo Setor Elétrico: Duke Energy, Cemig e Copel

Justiça manda Duke Energy apresentar plano de expansão em 60 dias
A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo determinou, por meio de liminar concedida que a Duke Energy apresente em até 60 dias o projeto dos empreendimentos que irão cumprir os editais de privatizão no que diz respeito à expansão do parque gerador da empresa. Após vencer a licitação da Cia. de Geração Elétrica Paranapanema em 1999, a companhia teria de aumentar sua capacidade geradora em novos 323MW até setembro de 2007. A companhia, porém, alegou, em meio ao atraso, que a mudança no marco regulatório do setor, em 2004, inviabilizou os investimentos. "O governo vai fiscalizar e trabalhar para que o plano da empresa seja efetivamente executado e atenda aos interesses da população de São Paulo em um prazo relativamente curto", disse o secretário de Energia de SP, José Anibal. O governador do Estado, Geraldo Alckmin, declarou ainda que, caso a decisão não seja cumprida, a Duke poderá ser multada em até R$30 mil por dia. Pela decisão da Justiça, a Duke tem de, inclusive, informar a fonte que será utilizada nos parques, além de localização, custo, capacidade e cronograma. Já a AES Tietê, que também precisa instalar novos 400MW pelo mesmo edital de privatização, se diz focada na viabilização de uma termelétrica que irá suprir a expansão obrigatória. No mês passado, quando o governo estadual chegou a dizer que cobraria mais fortemente as geradoras, a Duke informou estar desenvolvendo duas pequenas centrais hidrelétricas no rio Sapucai Mirim, com capacidade de 16MW cada. A primeira, PCH Palmeiras, está em vias de entrar em operação comercial, enquanto a PCH Retiro deve iniciar as atividades no primeiro semestre do ano que vem. Para garantir o volume de expansão, porém, a Duke tem um projeto de maior porte já em fase avançada: a termelétrica de Pederneiras, movida a gás natural e com 500MW, pode estar pronta para entrar no leilão A-5 deste

Cemig acumula lucro de R$1 bilhão no primeiro semestre
A Cemig registrou um lucro líquido de R$1 bilhão entre janeiro e junho de 2011, o que representa um avanço de 15% na comparação com o primeiro semestre do ano passado. No último trimstre, os ganhos foram de R$523 milhões - uma alta de 29% frente aos mesmos meses de 2010. Segundo a empresa, o desempenho deve-se ao aumento da receita com a venda de energia a consumidores finais, decorrente da expansão das atividades comerciais e industriais, de 7,45% e 8,67%, respectivamente.A área de geração e transmissão foi a que mais contribuiu para o resultado do trimestre, com R$223 milhões. Em seguida, aparece a subsidiária de distribuição, com R$170 milhões. A participação na Light contribuiu com R$12 milhões, enquanto a controlada Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) lucrou R$42 milhões.No semestre, a Cemig apurou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$1,2 bilhão, valor 20% acima do apresentado no mesmo período de 2010. A receita bruta foi de R$5,5 bilhões, enquanto a líquida chegou a R$3,8 bilhões - ambas com alta de 11% no semestre.

Copel estuda alternativas para térmica
O contrato do uso da energia da termelétrica Araucária (484MW), hoje destinada à Petrobras, termina no fim deste ano. E, mesmo admitindo estudar alternativas para melhorar a eficiência da usina e inscrevê-la em leilões, o presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, admitiu que há uma boa relação com a estatal para ampliar o vínculo vigente. "Temos um aceno positivo sobre a renovação com condições melhores que as atuais", disse o executivo durante apresentação dos resultados do primeiro semestre. Nesta semana, no Rio de Janeio, a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Marias das Graças Foster, pouco falou sobre o tema quando questionada: "vamos conversar com eles na hora certa". Zimmer citou também a obtenção de gás de outra fonte, como forma de buscar contratos mais competitivos e melhorar o rendimento da térmica. Caso resolva participar de algum certame, teria ainda de haver um entendimento da Aneel para permitir a entrada de uma planta deste tipo numa licitação de empreendimentos novos. "Independente de poder ou não participar, ela precisa ser competitiva. Temos de achar caminhos para viabilizar esse ativo de forma saudável". A estatal petrolífera, além de ter os direitos de utilizar a energia gerada até 31 de dezembro deste ano, é também a fornecedora de gás da termelétrica e possui 20% dos direitos sobre a planta.

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